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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mandrake em duas versões de estatueta

A Electric Tiki Designs lançou nos Estados Unidos mais um item da série de estatuetas Classic Heroes. O personagem da vez é Mandrake, o mestre do ilusionismo, criado em 1934 pelo quadrinhista Lee Falk.


Esculpida e pintada à mão em duas versões (Mandrake trajando um fraque preto e outro azul), cada peça revive a famosa pose com a qual o ilusionista realiza seus gestos hipnóticos.


A estatueta preta e a azul estão limitadas à venda de 175 e 50 cópias, respectivamente.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Documentário - Botinada

O documentário Botinada é um registro histórico do Punk Rock no Brasil.


Com a palavra, o diretor Gastão Moreira.

"Botinada narra as origens do punk rock no Brasil, sua primeira fase (1976 - 1984) e o paradeiro de seus protagonistas. Foram quatro anos de pesquisa, 77 pessoas entrevistadas, milhares de horas nas ilhas de edição, 200 horas de vídeo e muitas imagens raras e inéditas compiladas pela primeira vez.

Foi por causa do punk que eu descobri que poderia montar uma banda, tocar e compor. Poderia basicamente qualquer coisa. Até mesmo arriscar fazer um documentário.

Resolvo então me concentrar na turbulenta chegada do movimento por aqui. Parto para a pesquisa. Começo a rastrear os entrevistáveis. Quem são? Onde estão? O que eles fazem hoje em dia? Me pego diante de uma insolúvel espécie de gincana norteado por pistas falsas. Todo o material que encontro está em condições precárias: fitas de vídeo mofadas e jornais caindo aos pedaços. Não poderia ser diferente. Vou atrás de todos os vestígios, tento juntar o máximo de material possível antes que seja tarde. Os punks me recebem muito bem.

Eles transbordam emoção e sinceridade nos depoimentos. Depois de duas décadas, conseguem o distanciamento necessário pra ver toda essa história com bom humor. Os ricos detalhes permanecem num arquivo empoeirado na memória.

Botinada traz à tona essa incrível história contada pelos punks que vivenciaram de corpo, alma e jaqueta de couro essa caótica jornada".

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Editora Record lança Artemis Fowl em quadrinhos

O selo Galera Record, da editora Record, foi criado para atender ao público jovem.

Apostando nos quadrinhos, um dos primeiros lançamentos do selo neste segmento é Artemis Fowl: Graphic Novel (formato 16 x 23 cm, 120 páginas, R$ 23,00), adaptando a série homônima.


Com roteiro de Eoin Colfer (criador da série) e Andrew Donkin, a obra tem ilustrações de Giovanni Rigano e Paolo Lamanna, e tradução de Alves Calado.

Na trama, o leitor conhece o jovem Artemis Fowl, um gênio do crime, mestre por trás de alguns dos planos mais maquiavélicos e tecnologicamente avançados desse século. Ele é o único herdeiro do clã Fowl, uma lendária família de personagens do submundo, célebres na arte da trapaça. Depois que seu pai desaparece misteriosamente com parte da fortuna da família, Artemis se vê na obrigação de assumir o posto do patriarca.

Mas o que ele procura desta vez? Ouro - do Povo das Fadas. O único problema é que este não é um povo qualquer. Artemis não tem idéia do que pode acontecer depois que seqüestra Holly Short, capitã da Unidade LEPrecon. Estes seres encantados não são aqueles dos contos de fadas, eles estão armados e são perigosos. Artemis está confiante de que pode vencê-los quando bem entender, mas eles pararam de jogar conforme as regras.

Esta graphic novel reconta a história do primeiro volume da série, acompanhando as aventuras do jovem gênio do crime e seus comparsas. Artemis Fowl, publicado em 42 países, conta com seis volumes e tem mais de 16 milhões de exemplares vendidos no mundo. Recebeu vários prêmios, como o British Book Awards e o WH Smith.

A obra é um lançamento para a Bienal do Livro de São Paulo, e chega às livrarias no dia 8 de agosto.

Confira um preview da edição.




sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Veja os cartazes de Sonja

O diretor e produtor Robert Rodriguez e sua namorada, a atriz Rose McGowan, participaram da San Diego Comic-Con, para promover o próximo filme do casal: Sonja, a Guerreira.


McGowan interpretará a guerreira ruiva, que se baseia nos quadrinhos da Marvel, e foi criada por Roy Thomas, inspirada em Red Sonya of Rogatino, de Robert E. Howard.

Sonja será produzido por Rodriguez, dirigido por Douglas Aarniokoski e terá roteiro de David White.


McGowan recebeu a proposta de interpretar Sonja, leu o roteiro e se interessou pelo projeto, pois se identificou com a personagem. Rodriguez, que é fã de Conan e de Robert E. Howard desde os 12 anos, achou a idéia ótima.

Sonja já chegou aos cinemas em 1985, num filme com Brigitte Nielsen no papel principal. O novo filme estreará em 2009.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Vanguard lançará livro artístico de Joe Kubert

A Vanguard Productions lançará, em outubro, um livro de Joe Kubert sobre o desenho de modelos vivos e de observação.


Joe Kubert: How to Draw from Life será um livro de capa dura, com 128 páginas e custará 34,95 dólares. A editora também pretende lançar uma versão de luxo do livro, num estojo de couro com um portfólio extra de 16 páginas assinado por Kubert. Este volume custará 59,95 dólares.

Kubert é um artista excepcional, que esteve muitos anos associado à DC Comics, e é fundador da escola de desenho Joe Kubert School.

A respeito da Vanguard, recentemente o artista Frank Frazetta divulgou que está processando a editora pelo uso indevido de seu nome na promoção de um livro sobre sua obra.

sábado, 5 de julho de 2008

Heroína Cristal, da Marvel, quase ganhou filme com Cher e Village People

A personagem Cristal, da Marvel, Dazzler no original em inglês, quase virou filme no início da década de 80 - estrelando Cher, Donna Summer e as bandas KISS e Village People! A revelação veio de Jim Shooter, editor-chefe da Marvel na época, em entrevista ao blog Comics Should Be Good.


Na verdade, como revela o blog, na seção "Lendas Urbanas dos Quadrinhos", Cristal deveria fazer sua estréia como uma animação antes de chegar às HQs. A personagem foi pensada inicialmente como parte de um contrato entre a Marvel e a gravadora Casablanca Records, poderosa na época. A proposta era criar um filme em que a heroína cantora interagisse com os principais artistas da gravadora.

"Os figurões da Marvel queriam uma prévia do roteiro feita no fim-de-semana. O pessoal da Casablanca queria usar os contratados deles, como Donna Summer, Cher, Rodney Dangerfield, Lenny e Squiggy, Robin Williams, Village People, Kiss e outros como vozes dos personagens. Disseram-me para 'contratar quem quisesse' para escrever o roteiro. Nosso agente de cinema/TV sugeriu Harlan Ellison. Impossível achar H.E. e convencê-lo a escrever um roteiro em quatro dias. Vi minhas opções e decidi que seria ou eu ou ninguém - seria o herói ou o bode expiatório. Fiz como mandado. Mandei o roteiro. O pessoal da Casablanca disse, nestas palavras, 'foda-se a animação, isso é um longa metragem'", conta Shooter na entrevista.

A atriz Bo Derek chegou a ser sondada para o papel principal. Mas o projeto, assim como o contrato da Marvel com a Casablanca, acabou indo por água abaixo. Cristal terminou fazendo suas primeiras aparições em séries como Uncanny X-Men e Amazing Spider-Man, antes de ganhar sua própria revista em 1981.

Detalhe: originalmente, a personagem seria negra. Pintariam o cabelão loiro de Derek como solução? Ninguém jamais saberá...

domingo, 1 de junho de 2008

Humor...

sábado, 17 de maio de 2008

A criação do Homem de Ferro nas histórias em quadrinhos

O ano era 1963. O período era bastante conturbado. Praticamente recém-saído da crise dos mísseis de Cuba, o governo norte-americano, então sob a presidência de John Fitzgerald Kennedy, havia decretado, em fevereiro, a ilegalidade de qualquer viagem, negócio ou transação comercial de cidadãos estadunidenses com a ilha de Fidel Castro. Acirrava-se, assim, a Guerra Fria, que dividia o mundo entre duas proposições ideológicas distintas – o capitalismo, de um lado, e o socialismo, de outro – e levaria a vários golpes de estado no continente latino-americano, a intervenções em conflitos armados em várias partes do mundo, a uma corrida armamentista que parecia não ter fim. Ela duraria até o início da década de 1990, com a extinção da União Soviética.


É nesse clima que surge mais um super-herói das revistas em quadrinhos, fruto da mente privilegiada de dois ícones da indústria norte-americana: Stan Lee e Jack Kirby, auxiliados pelo roteirista Larry Lieber e pelo desenhista Don Heck. Sensíveis ao momento que viviam, os dois autores lançaram no número 39 da revista Tales of Suspense, de março de 1963, o Homem de Ferro (Iron Man), herói que combatia os malfeitores com o uso de uma armadura metálica, dotada de vários artefatos tecnológicos.


A gênese do Homem de Ferro está situada em um ambiente de confronto característico da Guerra Fria, o Vietnã. Na época, os Estados Unidos alimentavam o conflito com homens e armamentos, mas não se encontravam ainda em envolvimento aberto. É no fornecimento de armamentos que atua o bilionário Tony Stark, industrialista que, ao inspecionar o uso de uma arma projetada por sua fábrica, é vítima de um acidente que aloja estilhaços de bomba em seu coração, gerando uma situação de perene ameaça. Encontrado pelos vietnamitas, Stark é aprisionado e forçado a desenvolver uma arma para eles, contando para isso com a ajuda de um velho cientista. Enganando seus carcereiros, Stark desenvolve uma armadura de ferro à base de transistores, que lhe possibilita manter seu coração batendo normalmente e representa uma arma inigualável. Derrotado o inimigo, ele retorna ao seu país e inicia sua carreira como super-herói.

Os primeiros vilões


Desde seu início, o Homem de Ferro foi uma personagem marcada pela contradição. Tratava-se de um bilionário e fabricante de armas, alguém não apenas indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas mas que também se beneficia pessoalmente disso. Constituía, assim, alguém que dificilmente poderia ser considerado um herói pela maioria dos leitores. A fórmula encontrada por Stan Lee para aproximá-lo de seu público foi colocar-lhe uma debilidade sobre a qual não tinha controle – a constante ameaça dos estilhaços de bomba em seu coração -, e situá-lo no centro de um triângulo amoroso. Desta forma, embora declaradamente um playboy, Tony Stark na realidade tem sentimentos de amor por sua secretária Pepper (no Brasil originalmente batizada Pimentinha), que por sua vez é apaixonada por Happy Hogan. Dramalhão mexicano, é certo, mas que atendia bem às expectativas da época e foi um dos responsáveis pelo sucesso inicial do herói.

Infelizmente, o aspecto político foi o elemento mais forte nas primeiras aventuras do Homem de Ferro. Invariavelmente, seus maiores adversários vincularam-se à divisão entre capitalismo e socialismo. Assim, vilões como o Mandarim, o Dínamo Escarlate, Bárbaro Vermelho, Homem de Titânio e outros são carregados de teor ideológico, deixando evidentes as tendências políticas do protagonista. Não faltam, inclusive, veladas referências à realidade dos países sob a égide da doutrina socialista, cujos mandatários são freqüentemente tratados por denominações como terroristas ou tiranos. Esse maniqueísmo do herói só seria suavizado no final dos anos sessenta, quando crescia entre o povo estadunidense a rejeição à participação do país na Guerra do Vietnã. Nesse período, Tony Stark tornou-se pacifista e negou-se a continuar inventando armamentos, entrando em uma nova fase de sua vida.

Revista própria


Em 1968 o Homem de Ferro ganha uma revista própria, passando a dividir-se entre os dois títulos, Tales of Suspense e The Invincible Iron Man Iron Man. No entanto, em essência, as tramas não variam tanto de uma publicação para outra. Em geral, suas histórias giravam em torno dos conflitos pessoais de Tony Stark (seus desencontros amorosos com Pepper Potts ou com outras namoradas eventuais), a constante ameaça à sua vida (devido aos estilhaços de bomba em seu coração) e o aparecimento de vilões que, de um modo ou de outro, tentavam solapar o mundo capitalista (incluindo aí organizações como a IMA e a Maggia). De destaque, na época, a mudança de cor e design da armadura de cinza para dourado, que lhe deu maior mobilidade e atrativo gráfico e, por tabela, valeu ao herói a denominação de Vingador Dourado.

Com histórias medianas, o Homem de Ferro não chegou a ter o mesmo impacto na indústria de quadrinhos que tiveram outros heróis da Marvel, como o Homem-Aranha ou o Quarteto Fantástico, embora se possa dizer que foi importante em sua colaboração para equipes de heróis, como foi o caso dos Vingadores. No entanto, ele contou com bons desenhistas, que apresentaram um trabalho meritório nas histórias que ilustraram, devendo-se destacar especialmente as atuações de Gene Colan e John Romita Jr., indiretamente responsáveis pela permanência do Homem de Ferro nos quadrinhos.

As primeiras histórias do Homem de Ferro no Brasil


O Homem de Ferro começou a ter suas aventuras publicadas no Brasil a partir de julho de 1967, quando a EBAL, do Rio de Janeiro, iniciou a publicação dos novos heróis da Marvel Comics no país. No entanto, a EBAL, começou a publicar as histórias somente a partir do número 67 de Tales of Suspense, quando o herói passou a dividir as páginas da revista com o Capitão América. A aventura do Homem de Ferro que narra sua origem só foi publicada apenas no número 100 da extinta revista Heróis da TV, da Editora Abril, em 1987, depois republicada, juntamente com as histórias publicadas na revista Tales of Suspense 40 a 42, em Grandes Clássicos Marvel 1, da Editora Mythos, de 2006. Leia mais no Especial Homem de Ferro.

Bibliografia complementar

DÍAZ, Lorenzo F. Diccionario de superhéroes. Barcelona: Glénat, 1998.
DÍAZ, Lorenzo F. Superhéroes Marvel: del cómic a la pantalla. Madrid: Alberto Santos Editor, 2004.
MARIN, Rafael. Los cómics Marvel. Madrid: La Factoria de Ideas, 2001.
THE MARVEL ENCICLOPEDIA: the definitive guide to the characters of the Marvel Universe. London: DK Publishing, 2006.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Nova Era das HQs

Este texto é muito bom. Estava navegando quando o encontrei.

Crise InfinitaNos últimos anos, muito se leu e ouviu sobre o revival das editoras Marvel e DC às Eras de Ouro e de Prata dos quadrinhos, em histórias que mostravam a volta de personagens há décadas esquecidos ou aventuras cujos elementos cronológicos e conceituais remetiam àquelas épocas.

Seja pela necessidade de situar os quadrinhos e suas tendências em determinado intervalo de tempo e contextualizá-los em algum período histórico, ou apenas para apontar marcos a partir dos quais mudaram-se as formas de se contar histórias nos gibis, separar a arte seqüencial em eras é uma das máximas seguidas por qualquer fã de HQs.

Embora comumente não se discuta os títulos das eras de ouro, prata e bronze, bem como os eventos que marcaram suas transições, há controvérsias sobre o que veio depois, a ponto de ficar a dúvida: a época atual é chamada de ferro ou moderna?

Guerra Civil Nenhuma das duas opções é a correta. Do que poucos se deram conta é que os quadrinhos acabaram de dar adeus a essa fase e entraram em outra que promete não dar margem a questionamentos, pelo menos quanto ao nome: a Era Pós-Moderna.

É o que afirma o jornalista norte-americano Shawn O'Rourke, em artigo publicado recentemente na revista eletrônica PopMatters. Para ele, as minisséries Crise Infinita (DC) e Guerra Civil (Marvel), lançadas nos Estados Unidos entre os anos 2005 e 2007 - no Brasil, foram publicadas no ano passado, pela Panini Comics -, marcaram essa transição, cujos primeiros alertas já se pronunciavam há pelo menos duas décadas.

Para O'Rourke, o estopim foi exatamente o início do que ele agora aponta como a era anterior, referindo-se à publicação de Watchmen e O Caveleiro das Trevas, obras que mudaram o conceito dos quadrinhos de super-heróis ao mandar às favas o maniqueísmo tradicionalmente bem delineado nesse gênero de HQ e quebrando outros paradigmas a ele relacionados.

Watchmen Na época, as duas minisséries apresentaram idéias alheias ao que era publicado mensalmente nos títulos de linha das editoras de super-heróis, vivendo à parte da continuidade normal. Ou seja, apesar de ditarem "regras" que, atualmente, parecem já incorporadas, Watchmen e O Cavaleiro das Trevas, lançados em 1985 e 1986, respectivamente, esperaram quase dez anos para ver seus efeitos - alguns deles identificados por muitos leitores como a transformação do herói Lanterna Verde Hal Jordan no vilão Parallax e a proliferação dos anti-heróis.

Essa é uma incoerência apontada por O'Rourke para o fato de essas duas publicações serem aceitas como marcos de uma era.

Por outro lado, de acordo com o articulista, Crise Infinita e Guerra Civil redefiniram instantaneamente e de forma mais drástica o universo dos super-heróis, descontinuando o que estava há muito tempo estabelecido e incorporando essas mudanças no curso de seus títulos de linha.

Batman - O Cavaleiro das Trevas "As duas companhias criaram histórias com ramificações espetaculares que influenciaram a maioria de suas revistas em quadrinhos de modo significante", escreveu O'Rourke.

O que as editoras Marvel e DC fizeram, entretanto, foi nada mais do que apagar aquilo que elas próprias ajudaram a construir durante décadas: ícones da moral cujos princípios estavam acima dos valores mesquinhos do ser humano comum e serviam de exemplos, muitas vezes, na formação de caráter dos leitores.

Pode parecer algo um tanto piegas e "fora de moda", mas funcionava. E é esse argumento que O'Rourke não explora em seu artigo, ao mesmo tempo em que indica que a nova ordem veio para ficar.

"A nova raça de heróis está sujeita às mesmas dúvidas, medos e ambigüidades moralistas que a pessoa comum é forçada a confrontar. Eles não são mais deuses que vivem entre nós; eles agora são bem mais reais", vaticinou o articulista.

Guerra Civil Mas o que se vê, atualmente, não é tão simples assim. Heróis tornam-se vilões (de fato ou dissimulados) ou absurdamente tão humanos que são exemplos de como é a realidade, e não de como ela deveria ser - a tal válvula de escape do mundo real. Resta saber se é isso mesmo que, a londo prazo, os leitores querem encontrar nessas histórias.

Um bom indicativo da decantada nova era também pode ser encontrado fora das duas editoras dos Estados Unidos. Nas aventuras de Spawn, criação de Todd McFarlane para a Image Comics, o personagem extrapolou seu próprio conceito de anti-herói.

A origem de Spawn carrega a história de um assassino a serviço da CIA. Em suas HQs, o contraponto de suas ações criminosas do passado e a condição de criatura do Inferno era a real busca por redenção. Nos dois últimos anos, entretanto, por meio de retcons (elementos retroativamente adicionados à continuidade), descobriu-se que Al Simmons - alter ego do personagem - espancava a ex-mulher, foi responsável pela morte do filho ainda na barriga da mãe e matou a sangue-frio uma pessoa na adolescência.

Superboy Primordial Assim, da mesma forma que personagens como o agora mau-caráter Homem de Ferro e o psicopata Superboy Primordial ganharam a antipatia de muitos leitores em Guerra Civil e Crise Infinita, o atormentado Spawn entrou nessa incômoda lista.

Há quem argumente que as transformações da sociedade são os principais motivos das mudanças de abordagem das histórias de super-heróis. Se assim for, o mundo anda realmente muito assustador.

Em toda essa discussão fica clara a imposição dos quadrinhos de super-heróis nos ditames de influências e marcos de eras. Entretanto, como sobriamente destaca o Dr. Peter Coogan em seu livro The Secret Origin of the Superhero: The Emergence of the Superhero Genre in America from Daniel Boone to Batman (A Origem Secreta do Super-herói: O Surgimento do Gênero Super-herói na América, de Daniel Boone a Batman), lançado em 2002 nos Estados Unidos, apenas a Era de Ouro pode ser aplicada aos quadrinhos em geral, pois todas as outras se referem exclusivamente às HQs de heróis fantasiados.

Então, nada mais justo que incluir os quadrinhos infantis na Era Pós-Moderna. E para buscar exemplos da humanização dos personagens e sua aproximação com o cotidiano dos leitores mirins, não é preciso ir muito longe.

Afinal, no Brasil, o primeiro sutiã e outros assuntos antes considerados tabus em gibis para crianças eram abordados com freqüência nos recém-cancelados gibis Menino Maluquinho e Julieta.

Magali Na Turma da Mônica, desde muito antes de qualquer suposta influência das infinitas crises e guerras civis dos super-heróis, são produzidas histórias sobre pais separados, conflitos de gerações e até mesmo escatologia moderada.

Como um sinal dos novos tempos, no ano passado os leitores dos personagens de Mauricio de Sousa foram surpreendidos e se divertiram com uma aventura em que Magali se dava conta de que o gato Mingau andava, segundo suas próprias palavras, "com o fiofó à mostra" - o animal ainda teimava em exibir essa particularidade anatômica, sem pudor, em destaque no quadro.

Ainda na década passada, na Saga do Tio Patinhas, o velho pato da Disney protagonizou um épico em que o drama familiar foi o pano de fundo e sentimentos humanos como remorso e egoísmo envolveram os personagens sem nenhum teor caricato.

Na premiada minissérie escrita e desenhada por Keno Don Rosa, Tio Patinhas vai à berlinda com os leitores na polêmica passagem em que, graças a sua ambição sem limites, é responsável pela destruição de uma aldeia na África, fato que, anos depois, é lembrado e desaprovado por sua irmã em um emocionante diálogo, na impressionante história Uma carta de casa.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

As muitas armaduras do Homem de Ferro

Dizem que as roupas fazem o homem. Isso é particularmente verdadeiro no que diz respeito a um dos maiores heróis da Marvel, o Homem de Ferro. Sem armadura, Tony Stark é apenas um playboy milionário, mas quando a veste transforma-se em um dos mais poderosos super-heróis dos quadrinhos! Seria impossível detalhar todas as armaduras (e variações) que ele já usou, então faremos uma lista das armaduras “principais” (ou seja, as que Tony usou no seu “dia-a-dia” salvando o mundo) e deixaremos as especializadas (protótipos, espaciais, furtivas, árticas, caça-Hulk, etc.) e as de realidades alternativas (Ultimate, Heroes Reborn, etc.) para uma outra oportunidade:

Original
Primeira aparição: Tales of Suspense #39


Armadura original, primeira imagem por Jack Kirby

Criada durante seu período de cativeiro nas mãos do líder guerrilheiro vietnamita Wong Chu, esta é a primeira armadura que Tony Stark usou. Construída em parceria com o cientista chinês Yinsen, que sacrificou sua vida para salvar a do jovem Stark, e feita sob medida para manter o estilhaço de mina que se alojara em seu peito longe de seu coração, a primeira armadura do Homem de Ferro foi uma criação claramente improvisada. Como tal, sua capacidade de combate era muito limitada. Sua estrutura era à prova de balas e dava a seu utilizador a força de dez homens. Fora isso, seu armamento era limitado (uma serra aqui, um maçarico acolá) e dependia mais da habilidade de Stark (que tinha um pouco de MacGyver) em usar seus transistores miraculosos para improvisar maravilhas tecnológicas capazes de bater seus oponentes do que de sua própria capacidade de combate.

A evolução das armaduras até chegar à versão clássica

Ainda assim é uma armadura histórica e, apesar de ter sido utilizada originalmente em apenas uma aventura, é habitualmente relembrada em flashback e presença constante em todas as adaptações do herói para outras mídias (inclusive o filme). O visual original foi criado por Jack Kirby para a capa da primeira aparição do personagem. Don Heck, que desenhou a história em questão, afirmou isso categoricamente, embora admitisse ter criado o visual de Tony Stark e demais personagens da série.

Vingador dourado
Primeira aparição: Tales of Suspense #40


Vingador Dourado, por Patrick Zircher

De volta aos EUA, Stark cria uma nova versão de sua armadura original, feita de um material composto especial que é habitualmente flexível, mas capaz de enrijecer sob efeito dos campos magnéticos de sua armadura. Com isso, Stark podia guardá-la (fora a placa peitoral, que ele precisava usar o tempo todo) em uma maleta de mão convencional e vesti-la rapidamente em caso de emergência. Praticamente todas as suas armaduras subsequentes seriam construídas com um material similar. A aparência assustadora da armadura, porém, parece assustar ainda mais os civis do que os malfeitores. Stark então segue a sugestão de sua namorada da época, Marion (a primeira de muitas que apareceriam ao longo da série...), e pinta a armadura de dourado, adquirindo assim o cognome de Vingador Dourado, que mantém até hoje (exceto nas raras ocasiões em que utilizou uma armadura sem partes douradas). Embora mais avançada que a versão original, esta armadura ainda tinha várias limitações. Não era particularmente forte e o único armamento ofensivo fixo era o unifeixe no peito. Stark continuava improvisando suas armas em combate, geralmente utilizando imãs superpotentes (graças à capacidade de seus transistores...). Ao lutar contra o Hulk na primeira aventura dos Vingadores, sua arma secreta era... Uma marreta! A armadura ainda não podia voar, mas flutuava utilizando repulsão magnética e jatos de ar comprimido. Também neste modelo estrearam os patins que o heróis usou como “arma secreta” durante anos (regressão à infância?). Em suma, era mais versátil que o modelo original, mas ainda estava longe de ser a máquina maravilhosa que é hoje. Tal e qual a primeira versão, esta armadura foi criada por Jack Kirby, que desenhou sua primeira aparição.

Protoclássica
Primeira aparição: Tales of Suspense #48


Protoclássica, por Patrick Zircher

Após uma derrota humilhante nas mãos de Mr. Doll, supervilão que usava bonecos estilo vodu para atacar seus oponentes, Tony decidiu criar um modelo mais leve e avançado de armadura para não apanhar de outro “Seu Boneco” da vida. A armadura protoclássica foi o resultado. Já no tradicional visual vermelho e dourado que imortalizou o personagem, mas com algumas características diferenciadas tipo a placa peitoral, bem mais elaborada que a de modelos posteriores, e a máscara com “chifres”, que não duraria muito tempo. O traje mais leve podia voar melhor que seus desajeitados predecessores, fazendo com que o Homem de Ferro se tornasse um herói “voador” de uma vez por todas. Esta versão da armadura foi criada por Steve Ditko, com certeza para dar uma aparência mais moderna ao herói, que parecia um robô dos anos 30 em suas armaduras anteriores. Foi a ancestral direta da armadura clássica, que nada mais é que um refinamento do visual desta aqui, feito por Don Heck ao longo de sua fase como desenhista do herói.

Clássica
Primeira aparição (máscara com rebites): Tales of Suspense #54
Primeira aparição (máscara sem rebites): Tales of Suspense #66


Clássica com rebites


Clássica sem rebites (por Romita Jr. e Layton), baseada na capa da primeira aparição do herói

Embora não tenha sido apresentada como uma armadura separada e sim uma evolução do modelo anterior, esta é a vestimenta mais famosa do Homem de Ferro. Com uma aparência mais esguia que a protoclássica e sem os “chifres” na máscara, inicialmente substituídos por rebites (!) e um ano depois pela máscara lisa que nós conhecemos, esta armadura introduziu também o item mais famoso do arsenal do ferroso: Os raios repulsores! De início eram apenas ondas de repulsão magnética convencionais (daí o nome), mas com o tempo sua natureza foi mudando até chegar aos atuais feixes de partículas. A simplicidade do visual também é um ponto positivo. Armaduras posteriores pecavam pelo excesso de badulaques, mas esta era bastante lisa e aerodinâmica. A máscara também obteve nela seu visual definitivo, sem chifres, rebites e outras inutilidades. O visual era bem simples (duas fendas para os olhos, uma para a boca), mas dava ao herói uma aparência humanizada e permitia aos artistas mostrar suas emoções, através de sutis alterações na posição das fendas. Durante um tempo, a máscara também incorporou um nariz (!), mas ele foi rapidamente descartado. Felizmente! Um visual vencedor de Don Heck (baseado, é verdade, nos desenhos de Ditko) criado pouco mais de um ano após o surgimento do personagem e que durou mais de 20 anos! Sem dúvida mais que qualquer outra armadura do Homem de Ferro já durou ou provavelmente durará! Praticamente todas as armaduras posteriores foram influenciadas no todo ou em parte por esta, que ainda hoje é ocasionalmente reutilizada pelo herói quando modelos mais novos não estão disponíveis. Clássica em todos os sentidos da palavra!

Centurião prateado
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #200


Centurião prateado (por Bob Layton)

Tony Stark manteve sua armadura clássica durante muito tempo, modernizando-a regularmente para se manter à altura de seus oponentes. Ele teria continuado dessa maneira até hoje se o vilão Obadaiah Stane não tivesse interferido. Ao fazer Stark perder suas empresas e voltar à bebida, Stane indiretamente fez com que Jim Rhodes, braço direito e melhor amigo de Stark, se tornasse o novo Homem de Ferro, enquanto o original estava na sarjeta. Rhodes foi um bom Homem de Ferro, corajoso, heróico e à altura de todos os seus oponentes. Mas ele não era um gênio da engenharia como seu ex-patrão. Paulatinamente, a armadura foi ficando desatualizada, até o ponto em que ela não estava mais à altura das ameaças que surgiam, particularmente o próprio Stane que, a partir de anotações de Stark, criou a poderosa armadura do Monge de Ferro, muito superior à armadura clássica do herói. Mas nesse meio tempo Stark largou a bebida e criou a sua nova armadura prateada, uma das evoluções mais radicais que o herói sofreu até hoje. Contando com uma série de equipamentos novos, incluindo um campo disruptor capaz de interferir em sistemas eletrônicos como os de controle de mísseis, um unifeixe de formato triangular (diferente dos modelos arredondados que ele usara até então), um campo de força capaz de ficar ativo por seis segundos, raios de pulso que se tornavam mais potentes conforme a distância para o alvo aumentava (este peculiar desafio à Física era conseguido absorvendo-se a energia ambiente do meio pelo qual os pulsos se deslocavam) e um gerador holográfico capaz de produzir diversas imagens falsas do herói e, mais importante, torná-lo invisível a sensores e ao olho humano através de um “efeito camaleão” (que seria descartado mais tarde, quando Stark descobriu que ele afetava seu sistema nervoso, e reincorporado em armaduras posteriores após resolvido o problema). Com todos esses avanços, o Homem de Ferro surrou o Monge de Ferro e recuperou sua fortuna. Criada por Bob Layton, que não a apreciava pelo excesso de decorações, preferindo visuais mais simples e aerodinâmicos, esta armadura chamava atenção pelo esquema de cores vermelho e prata, diferente do habitual vermelho e dourado do herói. Radicalmente diferente do visual clássico, ela dividiu as opiniões de fãs e autores. Acabou durando poucos anos, sendo destruída durante a Guerra das Armaduras.

Neoclássica
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #231


Primeira aparição da Neoclássica, por Bob Layton

A armadura prateada bateu todos os inimigos do Homem de Ferro até o advento da Guerra das Armaduras, quando Tony Stark se viu frente a um poderoso inimigo denominado Poder de Fogo, uma criação de seu velho adversário nos negócios, Edwin Cord. Armado até os dentes com mísseis, canhões de partículas, lasers, granadas e até um míssil nuclear tático (!), Poder de Fogo destruiu completamente a armadura prateada, obrigando Stark a criar uma armadura ainda mais poderosa! O resultado é esta beleza aqui. Com um computador de tiro que permitia atirar e derrubar um grupo de mísseis em poucos segundos, um escudo de energia na mão esquerda capaz de proteger dos mais diversos ataques, um pulso eletromagnético capaz de desativar qualquer sistema eletrônico (inclusive a própria armadura) nas imediações, raios de pulso, repulsores, unifeixe (novamente redondo) e até jatos plantares avançados, a armadura era muito mais poderosa que suas antecessoras. Com ela, o herói derrotou facilmente Poder de Fogo, que destruíra sua armadura anterior. A versatilidade dessa armadura foi provada quando Stark foi baleado e aleijado pela patricinha maluca Kathy Dare (uma precursora de Paris Hilton...). Com poucas alterações, Tony conseguiu que a armadura o permitisse andar enquanto a vestia. Também era capaz de comandá-la por telepresença à distância, o que compensou suas limitações físicas na altura. Criada por Bob Layton, a armadura neoclássica é provavelmente a melhor que o artista, sem dúvida o mais identificado com o personagem até hoje, criou em sua carreira. Inspirada na armadura clássica mas com um visual mais moderno e dinâmico, ela é uma das mais bonitas da carreira do herói. Poderia ter tido a longevidade da versão clássica, mas os anos 90 chegaram e, com eles, uma sucessão de armaduras novas, progressivamente mais desinteressantes e feias. Para alívio do público brasileiro, a Editora Abril, que publicava a Marvel na época, pulou a maior parte dessas histórias, mostrando um certo bom gosto. Mesmo assim, eu as relacionarei a seguir.

Máquina de Combate
Primeira aparição (modelo Stark): Iron Man (primeira série) #281
Primeira aparição (modelo Rhodes): Iron Man (primeira série) #284


Primeira aparição da Máquina de Combate, por Kevin Hopgood


Máquina de Combate versão Rhodes, por Bob Layton

Com seus problemas físicos se agravando, Tony Stark é atacado por um grupo de ninjas tecnológicos (!) denominados “Mestres do Silêncio”. Protegidos contra os repulsores do Homem de Ferro, eles trucidam a armadura neoclássica, que estava sendo controlada à distância por Stark. O normalmente pacífico Tony Stark não faz por menos e constrói este monstrengo armado até os dentes, que usa com sucesso contra os vilões. O primeiro modelo era um arsenal ambulante. Embora não tivesse os raios repulsores e unifeixe padrões de todas as armaduras do Homem de Ferro, carregava mísseis, metralhadoras, canhões, lança-chamas, lâminas laser e uma infinidade de outras armas. Sem dúvida, a armadura mais bem armada até então! Apesar de sua vitória, os problemas de saúde de Stark se agravaram e ele foi dado como morto. Embora tivesse na verdade sido congelado criogenicamente e eventualmente revivido e curado, ele deixou para seu braço direito Jim Rhodes uma versão avançada da armadura (agora com o armamento “padrão” de repulsores e unifeixe adicionado) para que ele prosseguisse seu trabalho como Homem de Ferro. Após o retorno de Stark, Rhodes assumiria a identidade de Máquina de Combate e chegaria mesmo a ter uma série própria de curta duração nos anos 90. O personagem reassumiria essa identidade várias vezes no futuro, usando modelos de armadura mais avançados. Uma outra armadura Máquina de Combate foi usada por um vilão chamado Parnell Jacobs por uns tempos. Embora visualmente similar ao primeiro modelo, ela não era uma criação de Tony Stark. Criada pelo desenhista Kevin Hopgood no auge da inspiração, a armadura tem um visual inspirado e um esquema de cores magnífico (preto e prata), mas não parece muito uma armadura de Homem de Ferro. O excesso de armas não combina muito com o engenheiro playboy Tony Stark, mas caiu como uma luva para o piloto de combate Jim Rhodes, que assim pode assumir sua própria identidade heróica sem “roubar” o posto do seu ex-chefe. A encarnação vilanesca da armadura também foi uma idéia inspirada. Um dos raros casos em que a obsessão dos quadrinhos de super-heróis dos anos 90 por visuais mais sombrios e montes de armas gerou um bom resultado.

Unidade de Telepresença
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #290

Ainda não recuperado de seus graves problemas físicos, Tony Stark decide criar uma nova armadura que o permitisse enfrentar o mal mesmo nestas condições. A solução foi criar uma armadura totalmente controlada por telepresença. Sem a necessidade de carregar um piloto humano no interior, Stark pode usar todo o espaço interno para colocar armamento extra, dando ao modelo uma capacidade de combate similar à da Máquina de Combate sem a necessidade de todos os mesmos “penduricalhos”. Também criada por Kevin Hopgood, esta armadura marcou o retorno a um visual similar ao neoclássico após a radical mudança da armadura anterior. O visual, porém, tinha problemas. Não era tão esguio quanto o neoclássico e não tinha a imponência da Máquina de Combate. Para agravar, a ausência da fenda da “boca” (admitidamente desnecessária neste modelo...) tirou a capacidade da máscara refletir as emoções do herói, tornando a armadura completamente inexpressiva. Um passo em falso após a boa armadura anterior.

Modular
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #300


Armadura Modular, primeira aparição por Kevin Hopgood

O monstruoso vilão Ultimo destrói a armadura de telepresença. O resultado já é previsível, né? E tome mais uma armadura aperfeiçoada do Homem de Ferro, a terceira em apenas dois anos de publicação! Esta aqui, porém, apresenta um novo e interessante paradigma. Ela era modular, ou seja, fora o equipamento padrão (repulsores, unifeixe, etc.), a armadura podia incorporar módulos especializados com o equipamento necessário para cada tarefa. Precisa de mísseis? Usa um módulo especial. Campo de força? Outro módulo. E assim por diante. A idéia é muito boa. E a armadura surgiu em meados dos anos 90, quando a Marvel estava em um período de grande evidência mediática (ainda que inferior ao atual), o que fez com que ela aparecesse em videogames e na serie de animação do ferroso. Com tudo isso ela poderia ter se tornado uma armadura muito mais conhecida e popular do que é, então por que não se tornou? Resposta fácil: Porque é muito feia! O artista Kevin Hopgood estava ainda menos inspirado do que na armadura anterior e voltou com algumas das piores idéias (máscara sem boca, visual excessivamente pesado e pouco esguio), juntando ainda outros elementos de gosto duvidoso, como o visual “top com calça de lycra” dos elementos vermelhos da armadura, o unifeixe pentagonal e o que parecem ser joelheiras espalhadas pela armadura. Feia demais! Porém a Marvel logo preparou uma mudança radical para o herói em seu próximo “megacrossover-que-vai-mudar-tudo”...

Crossing
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #319


Tonynho em ação (não se vê toda a armadura, mas é melhor assim, acredite!)

The Crossing (felizmente inédito no Brasil) foi um dos piores crossovers da história da Marvel e, sem dúvida, a pior história em que o Homem de Ferro já se envolveu. Na história era revelado que Tony Stark tivera a mente dominada pelo vilão Kang anos atrás, e era um agente infiltrado por este nos Vingadores, programado para destruir o grupo por dentro! Para ajudá-lo neste objetivo, Stark criou esta armadura, poderosa e pesadamente armada com raios repulsores de alta potência (localizados sobre as mãos ao invés da localização habitual nas palmas). A armadura funcionou a contento, surrando os Vingadores que tentaram enfrentá-la. Mas, com a ajuda de uma versão adolescente de si próprio vinda do passado (não perguntem!), o herói foi capaz de quebrar o condicionamento de Kang e se sacrificou para salvar seus aliados. Criada por Tom Morgan, artista que foi um dos expoentes da péssima arte das revistas Marvel dos anos 90, ela detém a honra de ser uma das armaduras mais horrorosas que o herói já utilizou. O visual lembra o clássico, com unifeixe redondo e máscara com boca, porém inchado até a deformação, principalmente nos antebraços (armadura Popeye?), e com antiquados rebites por todos os lados! Perto dela, a armadura anterior era de um tremendo bom gosto... Tonynho
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #328 Ao final de The Crossing Tony Stark estava morto, enterrado e substituído por uma versão adolescente de uma realidade alternativa. Tony adolescente (ou “Tonynho”) fora ferido no coração ao lutar com sua versão mais velha e, para manter a tradição, era forçado a usar a placa peitoral de uma armadura do Homem de Ferro para continuar vivo. Ele tenta levar uma vida normal, mas, como era de se esperar, os acontecimentos o levam a construir uma nova armadura para lutar contra o mal e defender os inocentes. (E neste parágrafo eu cumpri toda a cota de chavões do Homem de Ferro do artigo...) De vida bastante curta, devido ao pouco sucesso dessa fase entre os leitores, a armadura nunca conseguiu mostrar suas capacidades. Parecia ser apenas uma modernização da clássica, tanto nas capacidades quanto no visual. Sendo que do ponto de vista visual, “modernização” NÃO quer dizer melhoria. Criada por Dave Hoover, a armadura era simplesmente uma versão inchada e malfeita da clássica. Seja por não ter os mesmos desenhistas por dois números seguidos ou pela própria irregularidade dos artistas da Marvel dos anos 90, o visual dela nunca foi muito consistente. Alguns a desenhavam com pernas normais e um torso agigantado, outras com proporções mais humanas e outros com a aparência inchada de um personagem de Rob Liefeld. Nenhum conseguiu fazê-la ficar bonita. Tanto ela quanto o próprio Tonynho foram rapidamente esquecidos após o crossover Massacre.

Inteligente
Primeira aparição: Iron Man (terceira série) #1


Primeira aparição da Armadura Inteligente, por Sean Chen

Após o evento "Heróis Renascem", em que os heróis Marvel reaparecem em uma realidade alternativa após terem sido dados como mortos nas mãos do vilão Massacre (e que, portanto, está fora do escopo deste atigo), Tony é recriado em nosso universo pelos poderes de Franklin Richards, o filho do Senhor Fantástico e a Mulher Invisível. Novamente um adulto e com a primeira equipe criativa de qualidade em muitos anos: o escritor Kurt Busiek e o desenhista Sean Chen. Eles dão a Stark uma armadura perfeita para o novo século. Ao mesmo tempo retrô e moderna, ela não oferecia nenhuma mudança radical em relação aos modelos anteriores (exceto, talvez, o unifeixe hexagonal), mas era de longe a melhor em muitos anos. Criada por Sean Chen a partir de esboços de Alex Ross e Allen Bujak, a armadura era um pouco pesada em termos de detalhes e penduricalhos inúteis (problema que atingiria todos os modelos desde então), incluindo a volta dos “chifres” na armadura, mas compensava com um bom gosto ausente de quase todos os outros modelos dos anos 90. Em tramas posteriores, Stark descobre que o uso constante da armadura vem prejudicando seu organismo devido aos fortes campos magnéticos necessários para manter sua rigidez (vide detalhes acima). Ele modifica a armadura para que o proteja dos campos magnéticos, mas isso faz com que ela fique volumosa demais para caber em sua maleta de mão. Acabando com uma tradição de muitos anos, o herói agora não podia mais carregar sua armadura de um lado para o outro! Outro acontecimento radical envolvendo este modelo ocorreu quando um raio atingiu a armadura durante o reveillon de 1999-2000. A combinação do choque elétrico com o Bug do Milênio (sério!) fez a inteligência artificial da armadura ganhar vida! Desesperado para se livrar dessa armadura inteligente e totalmente fora de controle, Stark a enfrenta usando sua velha armadura modular, que é rapidamente transformada em sucata (bem feito pra essa coisa feiosa). Porém, ao ficar à beira da morte após ser ferido (adivinhe!) no coração (acertou...), Tony é salvo pela própria armadura, que cria um coração cibernético artificial para mantê-lo vivo. Tony a abandona em uma ilha deserta, mas ela eventualmente seria possuída pelo vilão robótico Ultron, que assumiria o comando da organização Filhos de Yinsen para tentar destruir o herói. O Homem de Ferro o vence e a armadura inteligente, de volta à sua personalidade normal, prefere se autodestruir a correr o risco de ser possuída novamente.

SKIN
Primeira aparição (protótipo): Iron Man (terceira série) #42
Primeira aparição (versão final): Iron Man (terceira série) #44


Armadura SKIN, muito feia

Depois de um tempo usando armaduras antigas, em particular a clássica, Tony decide superar o trauma causado por sua última armadura ter ganhado inteligência e começa a construir uma versão nova a partir do zero. Neste modelo, o herói decide utilizar um material novo chamado SKIN, uma espécie de liga metálica líquida capaz de endurecer até ficar com uma solidez comparável ao adamantium! Além desse material revolucionário, a armadura contava com uma série de equipamentos avançados, incluindo o retorno dos repulsores e raios de pulso, um unifeixe muito aumentado capaz de redirecionar a energia absorvida de ataques contra a armadura, lâmina/escudo de energia, microbombas inteligentes e a volta triunfal dos projetores holográficos e do sistema camaleão! Sem dúvida o modelo mais versátil em muito tempo! Ela pecava porém por um visual muito feio criado por Keron Grant. Um torso desproporcional em relação ao resto da armadura, zilhões de apetrechos inúteis e um conjunto final pouco harmonioso fazem deste um dos modelos mais feios usado pelo herói. Como se não bastasse, após a saída de Sean Chen da série, o Homem de Ferro teria um revival dos anos 90 em pleno século 21. A cada edição sua armadura era desenhada de forma diferente! Esse modelo e o seguinte foram particularmente afetados por esse problema. Talvez por isso ela teve uma vida curta. Após um combate com Ultron, que possuíra a armadura inteligente acima, Tony Stark percebe a vulnerabilidade da liga SKIN a controle externo pelo vilão e decide aposentar este modelo.

Homem de Lata
Primeira aparição: Iron Man (terceira série) #50


Armadura Homem de Lata, por Greg Horn


Armadura Homem de Lata, por Adi Granov, repare a evolução no visual

Mais uma vez sem armadura, Stark novamente cria um modelo novo a partir do nada. Uma versão utilitária e sem grandes frescuras, apelidado “Homem de Lata”. Feita com materiais mais convencionais e equipada com a maior parte do equipamento da anterior, a armadura era bastante versátil e eficiente, sendo mantida por Stark, com constantes modernizações, durante um certo tempo. Vale notar que enquanto a versão inicial desta armadura cabia na tradicional maleta de mão, o último modelo já era praticamente inteiriço, difícil de guardar e transportar. Sinal claro das progressivas modificações que o modelo recebeu! Essa armadura foi destruída em combate com um inimigo turbinado pelo nanovírus Extremis. Criada por Michael Ryan, a primeira versão dessa armadura pecava, como maior parte dos últimos modelos, por um excesso de penduricalhos (particularmente as bizarras “ombreiras” do modelo) e, estranhamente, pelo que parecia uma série de tubos nas junções das pernas, braços e pescoço! Apesar de sua fealdade inicial, muitos artistas que vieram a seguir, especialmente Adi Granov, fizeram progressivas melhorias no seu visual, em particular descartando os “tubos”. A Marvel parecia determinada em conservar essa versão desinteressante o máximo de tempo possível! Mas acabou desistindo com o cancelamento da terceira (!) série do personagem.

Extremis
Primeira aparição: Iron Man (quarta série) #5


Armadura Extremis, por Adi Granov

Depois que sua avançada versão Homem de Lata foi sucateada por um inimigo alterado por Extremis, um nanovírus capaz de alterar uma pessoa e transformá-la em um super-homem, Tony Stark não viu alternativa além de injetar Extremis em si mesmo e deixar que o nanovírus o transformasse. O resultado saiu melhor que a encomenda. Modificado pelo Extremis, Stark ganhou sentidos e reflexos melhorados, capacidade de regeneração e até faculdades intelectuais (ainda) mais elevadas. Além disso, Extremis permitia que ele se conecta a qualquer sistema eletrônico das proximidades e os controlasse mentalmente! Como se não bastasse, ele permitia guardar a camada interior da armadura, feita de materiais mais leves e flexíveis, dentro do próprio corpo do herói! Tudo isso aumentou exponencialmente as capacidades do Homem de Ferro. A armadura em si é bem convencional. O equipamento é padrão (repulsores/unifeixe/raios de pulso e microbombas, mais o projetor holográfico e sistema camaleão que reapareceram nos últimos anos), mas, com a ajuda do Extremis, o tempo de resposta da armadura e a capacidade de controle que Stark tem sobre ela foram bastante aumentados. Embora não seja a mais poderosa que ele já teve, essas vantagens tornam a armadura capaz de bater qualquer uma de suas antecessoras com facilidade! Criada por Adi Granov, a armadura é visualmente um refinamento das versões da anterior. Ainda peca pelo excesso de complexidade, mas Granov deu uma maior harmonia ao conjunto. Diferente das últimas, porém, esta armadura tem uma vida longa pela frente, devido à maior popularidade do herói pós-Guerra Civil. Mas nunca se sabe quando Tony Stark pode voltar à prancheta e fazer uma versão ainda mais poderosa e eficiente!

Fonte: Omelete

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nova Biblioteca Marvel

Mais uma para a lista de compras...

Biblioteca Histórica Marvel: Capitão América #1Está à venda o álbum Biblioteca Histórica Marvel: Capitão América #1 (formato americano, R$ 53,00), da Panini Comics.

Com histórias originalmente publicadas em Tales of Suspense #59 a #81, o livro traz as aventuras do defensor da liberdade da Marvel.

Resgatado por Stan Lee e Jack Kirby nas páginas de Os Vingadores, o mais patriótico dos heróis passou a dividir com o Homem de Ferro a revista Tales of Suspense em meados da década de 1960 (sinal dos tempos: foram os principais oponentes do evento Guerra Civil).

Entre outros momentos, o encadernado traz a batalha contra os Hibernantes e vários outros clássicos.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Carnaval de Quadrinhos das Quartas 14 - Mangás

Olá pessoal...

Nesta edição do carnaval de Quadrinhos das Qurtas o assunto abordado foi "Mangás". Decidi então escrever sobre Full Metal Alchemist, que é um mangá até bem interessante.


Fullmetal Alchemist é um mangá criado por Hiromu Arakawa que foi originalmente publicado pela Shonen Gangan, revista de mangás mensal japonesa. Além disso, Hagaren (como é chamado no Japão, assim como no Brasil é chamado apenas de Fullmetal) também foi transformado em um anime, um longa-metragem e vários jogos de videogame.

O mangá consiste, até agora, em 20 volumes e 80 capítulos, enquanto o anime consiste em 51 episódios e o filme Shambara wo Yuku Mono (Conqueror of Shambala). É uma série que se trata de uma temática muito sentimental e forte, mas também é misturada com muito humor e comédia. Em Fullmetal Alchemist a alquimia é uma ciência até mais avançada que grande parte da tecnologia. A série conta a jornada do jovem alquimista Edward Elric e de seu irmão mais novo, Alphonse Elric, em busca da lendária Pedra Filosofal. Mas o caminho que eles decidiram levar não é fácil e eles encontrarão uma série de obstáculos até seu objetivo final: recuperar o que lhes foi tirado.

A historia começa em uma cidade do interior, chamada Rizenpool, onde vivem dois irmãos, Edward Elric e Alphonse Elric. Quando pequenos, Edward e Alphonse perderam sua mãe, Trisha Elric. Desde então Edward pensa que a culpa da morte da mãe foi do pai deles, Hohenheim Elric que foi embora quando eles eram ainda pequenos. Então os dois irmãos tentam reviver a mãe, usando uma técnica proibida em que eles acharam em um dos livros que o pai dele havia deixado na casa. Os irmãos, então, quebram o maior tabu da Alquimia: a Transmutação Humana. Entretanto os irmãos conseguem apenas trazer o corpo da mãe, sem a alma, por terem praticado a transmutação humana, são levados até a Porta da Alquimia, onde o preço do corpo da mãe é cobrado, Edward perdeu sua perna esquerda, enquanto seu irmão Alphonse perdeu todo o seu corpo. Edward então sacrificou o seu braço direito em troca da alma do seu irmão, que ele selou em uma armadura. Essa é a lei máxima da Alquimia, a “Lei da Troca Equivalente”.

Edward usa Automails (próteses mecânicas) implantadas no lugar dos membros perdidos, então os irmãos Elric partem em busca da lendária Pedra Filosofal, a qual, reza a lenda, amplia os poderes de um alquimista e através dela, eles poderiam de alguma forma, recuperar seus corpos.Porém, eles não são os únicos intessados no artefato, os Homunculus (seres humanos artificiais), também estão atrás da pedra. Para facilitar a sua busca, Edward entra para o exército, tornando-se um Alquimista Federal e passa a ser conhecido pela alcunha de o Alquimista de Aço. Eles ainda cruzam o caminho de Scar, um sujeito de poderes misteriosos que busca se vingar de todos os Alquimistas Federais que encontra pela frente. Em sua jornada, os irmãos Elric descobrirão conspirações e ligações entre o exército e os homunculus.

Sobre o Mangá


Hiromu Arakawa criou o mangá, sendo lançado em Fevereiro de 2002. É a história original inventada por ela, sendo o anime uma adaptação da obra original.

Mostra a mesma história que o anime, com algumas diferenças, até chegar no ponto em que os irmãos Elric entram no 5º Laboratório. A partir daí a história dos dois muda drasticamente, com personagens diferentes, evolução diferente.

Lançado na Shonen Gangan, é diferente dos outros mangás por ser lançado mensalmente, sempre por volta do dia 10. Cada capítulo tem por volta de 45 páginas, diferente dos outros que tem por volta de 20. Cada volume tem por volta de quatro capítulos. Outra peculiaridade é a presença de omakes e gaiden (a tradução de "omake" é "bônus") que Hiromu lança. Em cada volume ela solta omakes, tirinhas pequenas cômicas com os personagens. De vez em quando ela lança os gaiden, que às vezes saem separadamente dos volumes, mostrando uma história (quase sempre cômica) fora da história principal, podendo ou não ter alguma influência na história. Outro fator importante do mangá é a presença do humor, algo característico da Hiromu. Ela consegue colocar no meio de uma conversa séria algo engraçado, quebrando o clima da leitura, descontraindo.

Eis algumas curiosodades sobre as diferenças entre o mangá e o Anime:

- No mangá, Greed é morto por King Bradley e depois é fervido pelo Pai dos Homunculus. No animê, Edward o mata;
- No mangá, Greed possui 60 anos, no animê, ele tem mais de 140;
- No mangá, é Roy quem mata Lust, não Wrath;
- No mangá, Envy não tem relação de parentesco com Hohenheim;
- No mangá, após a morte do Greed original, surge outro;
- No mangá, a morte de Gluttony é diferente;
- No mangá, o vilão principal é o Pai dos Homunculus. Enquanto no animê é Dante;
- O Wrath do mangá é o Pride do animê;
- Alguns personagens são exclusivos do animê (ex: Dante e Frank Archer), outros do mangá (ex: Pai dos Homunculus e os provenientes de Xing);
- No animê, o mundo de Amestris tem uma relação direta com a Terra, sendo um mundo paralelo. O poder da alquimia vem dos mortos da Terra. No mangá, a força da alquimia vem da crosta terrestre (Vide edição 17);
- A forma de criação dos homunculus é diferente no animê e no mangá. No animê, os homúnculos surgem de uma transmutação humana fracassada. No mangá, injeta-se Pedra Filosofal na corrente sanguínea de um ser humano, e este vira um homúnculo.
- O romance entre Edward e Winry é mais explicito no mangá que no anime.
- Xing e Xeres só aparecem no mangá.
- No mangá,Tucker é morto por Scar. No anime,Sloth o mata.
- No mangá é mostrado que Gluttony foi feito por seu pai na tentativa de criar um Portão da Verdade, enquanto que no anime ele foi criado apenas para ajudar Dante.

Os textos dos outros participantes desta edição do Carnaval de Quadrinhos das Quartas estão relacionados abaixo:

- The Centurions fala sobre Mangás de samurais
- Não diga nada participa com o Lobo Solitário
- Zine Acesso divaga sobre Dragon Ball
- Reviews de Histórias em Quadrinhos apresenta Video Girl Ai
- Blog do Hiroshi vai de Holy Avenger

Vale dar uma olhada também no Blog da Akemi, onde ela fala da banda japonesa Maximum The Hormone.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

Apresentação e filme Caminho para Guantanamo

Bom dia a todos!

Acredito que a primeira coisa que devo fazer é me apresentar. Pois bem, sou Boreas o novo colaborador do blog e amigo do Lider Optimus.

Depois de alguns convites finalmente aceitei e resolvi ajudar por aqui. Assim como meu grande amigo transformer, não tenho tanto tempo assim para postar coisas. Mas já adianto que sempre que possível haverão novidades por aqui.

Então, para começar, aqui está um filme que me foi apresentado pela Fê (do vintage69) e pelo Optimus.

Estou colocando o texto do blog dela sobre o filme. Espero que gostem.

O filme está dividido em 7 partes. Cada uma com cerca de 85 MB. Depois de baixar o filme basta utilizar o programa hjsplit para junta-lo e assistir.

As legendas estão imbutidas.



Winterbottom faz docu-drama assombroso sobre o pesadelo de Guantanamo

Esta é uma história real, de intenso terror e com o efeito de vários socos no estômago da audiência. “The Road to Guantanamo”, de Michael Winterbottom e co-direção de Mat Whitecross, refaz com imagens reais, entrevistas e reconstituições a viagem ao inferno de quatro jovens ingleses de origem paquistanesa. Diante do impacto do novo filme do versátil diretor inglês Michael Winterbottom (ele ganhou o Urso de Ouro em Berlim 2004 com “In this World/ Neste Mundo”), as sátiras e ataques ao regime Bush feitas pelo documentarista americano Michael Moore parecem agora apenas pueris.

Mas ao contrário do projeto de Michael Moore que transformou as suas tiradas irônicas num grande negócio (mais de US 120 milhões só nos EUA), Winterbottom lança polêmica no 56º Festival de Berlim, onde seu filme se destaca de novo na competição, ao anunciar que pretende fazer um lançamento mundial de “Road to Guantanamo” com projeções simultâneas em cinemas e distribuições em DVD e internet. A polêmica fica por conta da eficácia de marketing e se isso vai atrair mais espectadores aos cinemas como todos os filmes sempre querem.

Em setembro de 2001, a mãe paquistanesa de Asif Iqbal volta a Tripton, na Inglaterra, com a notícia de que arranjou uma noiva para o seu filho numa aldeia perto de Faisalabad, no Paquistão. Asif viaja poucos dias depois ao encontro da noiva prometida e, como vai precisar de testemunhas, pede a companhia dos amigos Ruhel Ahmed, Shafiq Rasul e Monir. Os quatro jovens são atraídos na viagem por mesquitas que oferecem hospedagem gratuita aos viajantes, e num deles, em Karachi, eles são convencidos por um imame a visitar o Afeganistão, numa ação humanitária, para ajudar o povo que está prestes a ser bombardeado e invadido pelas tropas aliadas aos Estados Unidos.

O roteiro da odisséia é baseado nos relatos pessoas e realmente vividos por Asif, Ruhel e Shafiq. Monir desaparece em Kandahar, onde os quatro amigos conseguem chegar, na mesma noite em que começam os ataques aos Talibans como uma retaliação aos ataques terroristas nos EUA em 11 de Setembro.


Bush e seu secretário Rumsfeld, mais Blair, aparecem falando com o cinismo característico sobre direitos humanos e a convenção de Genebra. As imagens que vemos fazem a platéia rir com escárnio. Os três depoentes anglo-paqui, depois de quase três anos de tortura e confinamento na baia cubana de Guantanamo, entram em detalhes desse cotidiano até então desconhecido. São relatos de torturas físicas e psicológicas incessantes. São relatos de assassinatos premeditados por asfixia em caminhões-baús, com total desprezo pela vida humana. São humilhações regradas e contínuas, mecânicas e com uma metodologia militar sádica com similares que a nossa imaginação só consegue associar aos tempos do exército de dominação nazista.

Ninguém virá, dos EUA ou Inglaterra, dizer que o filme é uma farsa ou blasfêmia contra os valores ocidentais ou a plataforma de defesa paranóica dos EUA contra a barbárie muçulmana. As evidências dos crimes das tropas aliadas ocidentais estão evidentes extra-denúncias de filmes como os de Winterbotton. Acabam de aparecer mais fotos, ainda mais sádicas e vergonhosas que as anteriores, de torturas de prisioneiros em Iraque. A única diferença das fotos reais das prisões no Iraque do filme “The Road to Guantanamo” é o das imagens em movimento e a reconstituição impecável desse terrível roteiro com a vertigem de um incontrolável mergulho ao inferno ao vivo.

Emoções à parte, vamos ao ponto que interessa e parece veladamente sugerido nesta obra-prima de um gênero pouco experimentado e ousado no cinema que é o docu-drama, o da mistura criativa e prática de imagens de arquivo com reconstituições do real em forma de documentário. Afinal, que merda foram fazer no Paquistão e no Afeganistão quatro jovens ingleses de primeira geração de filhos de imigrantes paquistaneses às vésperas da invasão anunciada daquela parte do mundo? Qual simpatia humanitária se pode alimentar pelos talibans que disputam o pódio mundial de desrespeito aos direitos das mulheres e aos direitos humanos em geral?

A antropologia e a sociologia têm as tristes respostas para isso: toda cultura asfixiada, reprimida, intolerável faz a sua resistência de sobrevida através do radicalismo conservador e reacionário a mudanças. Por isso os índios do Amazonas aos xiitas de Kandahar se refugiam em suas culturas de resistência. Só isso explica a necessidade de uma mãe paquistanesa ir buscar uma noiva para o seu filho inglês em uma remota aldeia do Paquistão. Mas continua não explicando como quatro jovens ingleses, com todos os trejeitos dos subúrbios da Inglaterra, têm esse inocente retrocesso às suas origens.


A biografia de Winterbottom é surpreendente pela sua polivalência. O bom é que ele é o melhor exemplo de um cinema que experimenta para se equilibrar na maturidade. Não há em “The Road to Guantanamo” qualquer chantagem sentimental, qualquer insinuação ou clichê de perversidades muito piores, como as sexuais, por exemplo, que foram cometidas, relatas mas excluídas do filme. O que está na pauta de “Road to Guantanamo” é a dignidade humana e, principalmente, as injustiças que se praticam hipócrita e cegamente em nome das liberdades democráticas. Os prisioneiros de Guantanamo permanecem com os olhos vendados por quase todo o tempo dessa travessia pelos infernos das prisões, do Afeganistão a Cuba.

E o que acontece com esses jovens anglo-paqui ao longo do processo kafkiano? Mais e mais eles mergulham nos fundamentos do Alcorão e da ortodoxia religiosa, quando não passavam de jovens e inocentes suburbanos privilegiados pela cercania de mentes multiculturais da Inglaterra. Ao término da projeção fica a nítida impressão que os olhos vendados são é das tropas aliadas que, para a felicidade das indústrias do armamento, seguem à risca as receitas da intolerância e dos ciclos viciosos de violência. Afinal, a quem interessa e quem se aproveita dos radicais?

Premiações
- Ganhou o Urso de Prata de Melhor Diretor, no Festival de Berlim.

Curiosidades
- Os atores Rizwan Ahmed e Farhad Harun e dois dos ex-detentos mostrados no filme foram parados temporariamente pela polícia britânica no aeroporto, quando retornavam da exibição de Caminho para Guantanamo no Festival de Berlim. Segundo a BBC, Ahmed declarou que foi questionado se pretendia fazer outros filmes políticos em sua carreira.

- Exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2006.

- O orçamento de Caminho para Guantanamo foi de 1,5 milhão de libras.

Trailer do filme



Aqui estão os links para baixar:

Parte 01
Parte 02
Parte 03
Parte 04
Parte 05
Parte 06
Parte 07


sábado, 29 de março de 2008

Os dez quadrinhistas mais importantes da história da nona arte

Os quadrinhos já passaram dos 100 anos de idade e continuam em forma. Uma crise ali, um obstáculo acolá, mas, ainda assim, no mundo inteiro, movimentam milhões de fãs e cifras também milionárias, influenciando outras mídias, divertindo, emocionando, educando e afetando e sendo afetados pela sociedade.

Stan Lee Para chegar nesse estágio, contaram com a apaixonada ajuda de uma imensa legião de artistas. Eles são muitos, mas poucos foram tão importantes a ponto de reformular os quadrinhos, ditar conceitos e regras para essa mídia ou fazê-la se sobressair entre as demais.

Essa lista não tem a pretensão de ser uma "edição definitiva", mas apenas uma idéia dos que fizeram bastante diferença na longa e rica história dos quadrinhos, influenciaram os rumos do segmento e causaram impacto no mercado, artística ou comercialmente falando. Por isso, a qualidade das obras, embora fundamental, não foi o único critério adotado para a escolha dos nomes.

Jack Kirby Algumas das indicações são duplas criativas, pois a idéia é "fundi-los" em um único nome. Afinal, foi atuando em equipe que esses quadrinhistas produziram os trabalhos responsáveis por sua entrada no panteão das personalidades mais importantes das HQs.

Pela diferença dos gêneros nos quais os quadrinhistas se sobressaíram e pelos momentos distintos em que cada um se destacou na história da nona arte, os nomes estão listados em ordem aleatória de importância, pois a criação de um ranking poderia soar injusta diante de tudo que esses artistas ainda representam para a indústria dos quadrinhos.

Stan Lee (1922) e Jack Kirby (1917 - 1994), Estados Unidos:

Em parceria com outros quadrinhistas, Stan Lee e Jack Kirby criaram verdadeiros ícones dos quadrinhos, como Homem-Aranha e Capitão América, respectivamente. Juntos, entretanto, não apenas conceberam para a Marvel Comics outra galeria de personagens que permanecem até hoje ativos no imaginário popular - Hulk e X-Men são alguns exemplos -, como também produziram histórias que fazem parte dos maiores clássicos da nona arte e os consagraram como uma das grandes duplas das HQs.

As razões para o casamento perfeito entre os dois são fáceis de ser explicadas. Basta saber o que, individualmente, eles "aprontaram" na indústria dos quadrinhos.

Quarteto Fantástico Lee é reconhecidamente o responsável pela transformação da "Casa das Idéias" no império multimídia da atualidade e seu nome se confunde com o da corporação. Ele também deu aos super-heróis a condição de humanos normais que os aproximaram dos leitores e que ditou regras ainda hoje seguidas no gênero. E apesar de sua idade avançada, condição que, comumente, tem resultado em ostracismo para a maioria dos quadrinhistas, continua colecionando aparições na mídia, recebendo prêmios diversos, homenagens e convites para escrever HQs (inclusive para a DC Comics), criando personagens e um reality show e até participar dos filmes baseados em suas criações.

Quanto a Kirby, artistas e leitores já convencionaram falar a alcunha "rei" antes de seu nome. A inovação que ele promoveu graficamente nas HQs que produzia fez escola, influenciando as gerações seguintes de desenhistas. Ângulos cinematográficos, movimentos dinâmicos e uma mestria no desenho de máquinas são apenas algumas das características marcantes de suas obras publicadas na Marvel e na concorrente DC, para a qual também criou alguns personagens, como os Novos Deuses. Uma das atuais premiações concedidas pela indústria dos quadrinhos norte-americanos, o Kirby Awards, foi batizado em sua homenagem.

Joe ShusterJerry SiegelJerry Siegel (1914 - 1996) e Joe Shuster (1914 - 1992), Estados Unidos:

Simplesmente, eles criaram o primeiro super-herói dos quadrinhos. Mais que isso, o personagem em questão se tornou um dos maiores fenômenos da cultura pop mundial, ganhou um emblema reconhecido de imediato até por quem não lê gibi e serviu de cópia e inspiração para muito do que surgiu nas HQs depois de 1938, ano de sua criação.

Superman O Super-Homem de Siegel e Shuster é hoje uma das marcas de maior valor comercial em todo o planeta e já movimentou bilhões de dólares desde que surgiu nas tiras de jornais. E pensar que, ainda no final da década de 1930, os autores venderam os direitos do Homem de Aço por 200 dólares...

Eles deixaram de produzir as aventuras do herói em 1947. Somente em meados dos anos 1970 conseguiram vencer a longa batalha judicial contra a DC Comics por uma participação nos rendimentos da marca Super-Homem. A partir daí, passaram a receber uma pensão da editora e viram seus nomes obrigatoriamente creditados em toda HQ do personagem lançada pela editora.

Shuster já havia abandonado definitivamente os quadrinhos nos anos 1940. Siegel continuou criando outros personagens, sem alcançar sucesso, chegando a escrever histórias do Tio Patinhas para a Disney italiana.

Carl Barks (1901 - 2000), Estados Unidos:

Carl Barks Quem já não se perguntou o que seria dos quadrinhos Disney sem o Homem dos Patos?

Além de criar vários personagens - entre eles o "quaquilionário" Tio Patinhas, outro ícone da cultura popular que virou um sinônimo, neste caso o que define avareza -, o escritor e desenhista revolucionou as HQs Disney com narrativas visuais ousadas e um humor escrachado, mas também sutil e ácido, em aventuras cheias de referências históricas, geográficas ou mesmo ideológicas, que uniram crianças e adultos em uma grande fileira de fãs em vários países.

É um dos raros casos de artistas dos quadrinhos cuja genialidade não faz distinção do gênero no qual se destacaram. Ou seja, falar de Carl Barks não é só apontá-lo como o mais cultuado dos quadrinhistas da turma de Patópolis em todos os tempos, mas enquadrá-lo entre os maiores gênios da nona arte.

Tio Patinhas Autor de mais de 500 histórias em quadrinhos, na quase totalidade delas atuando em todo o processo criativo (textos, desenhos e arte-final), Barks atingiu a celebridade, curiosamente, depois de se aposentar, em meados da década de 1960. Foi quando os fãs conheceram o dono daquelas histórias cujos roteiros e artes se destacavam dos demais publicados nos gibis da Disney.

Sua influência também atingiu autores fora do circuito infantil. E dentro da turma dos patos e de um certo camundongo orelhudo, inspirou muitas gerações de artistas que seguiam seu estilo de narração ou de traço.

O mais fiel seguidor de Barks é o norte-americano Keno Don Rosa, cuja obra é baseada no que seu confesso inspirador produziu e, por isso mesmo, foi alçado à condição de mestre dos quadrinhos contemporâneos.

Osamu Tezuka Em vários países, como o Brasil, publicações especiais de luxo com as obras de Carl Barks não param de ser lançadas, perpetuando o legado do artista e ajudando as novas gerações de leitores a descobrir os quadrinhos Disney.

Osamu Tezuka (1928 - 1989), Japão:

Reconhecido como o maior de todos os mangakás, o japonês Osamu Tezuka marcou sua carreira pelo pioneirismo. Sua importância para o mangá e o animê o faz ser apontado como o "pai" moderno dessas artes.

Astro Boy E não é para menos. O Deus Mangá, como é conhecido, tornou populares os quadrinhos e os desenhos animados japoneses em seu país e no resto do mundo.

Prolífico ao extremo, é dono de uma imensa galeria de criações de sucesso internacional, mas o de maior destaque é o herói Astro Boy, surgido no início dos anos 1950 e responsável pelo estouro da cultura dos mangás e animês.

Para se ter uma idéia da influência de Tezuka, foi ele quem definiu as características que já se tornaram indissociáveis das HQs e animações japonesas: a estilização dos traços, incluindo os olhos enormes dos personagens.
Will Eisner
Will Eisner (1917 - 2005), Estados Unidos:


Por seu estúdio passaram grandes nomes dos quadrinhos mundiais, como Bob Kane (criador do Batman) e Jack Kirby. Criou, em 1940, o personagem Spirit, um dos mais cultuados personagens dos gibis. Em 1978, com o álbum especial Um Contrato com Deus, forjou os nomes e os conceitos de graphic novel e, mais tarde, arte seqüencial. Escreveu livros sobre a nona arte e técnicas de desenho e narrativas textuais e visuais que se tornaram verdadeiros guias para profissionais ou aficionados pelo assunto. O Eisner Awards, considerado o Oscar dos quadrinhos norte-americanos, foi criado em sua homenagem.

Um Contrato com Deus Por tudo isso e muito mais, Will Eisner é citado por artistas de várias gerações como principal influência, seja no despertar do gosto pelas HQs, como também no estilo de escrever ou desenhar.

A própria indústria dos quadrinhos deve bastante a Eisner. Suas técnicas de vanguarda em texto e ilustração, com desenhos expressivos e cheios de enquadramentos ousados e inéditos para as determinadas épocas em que o artista os apresentou ao mundo, ajudaram a mudar o conceito de que gibi é diversão apenas para crianças.

Para tirar a prova, nada melhor que ler qualquer aventura clássica de Spirit e constatar que ela parece ter sido produzida na década atual.


Alex Raymond (1909 - 1956), Estados Unidos:


Alex Raymond Outro clássico e decantado influenciador de quadrinhistas. Criador de Flash Gordon (sucesso também em filmes, seriados de TV e desenhos animados) e de outros personagens que deixaram sua marca na história dos quadrinhos, como Jim das Selvas e Nick Holmes (Rip Kirby), Alex Raymond possuía um estilo de texto fluido e um traço bastante detalhista que evidenciava uma estética própria em cenários, roupas e maquinários.

Mas a influência de Raymond foi mais além. Nas tiras de Flash Gordon, na década de 1930, surgiu a minissaia, uma peça do vestuário feminino que se tornou realidade somente na década de 1960.

Flash Gordon Também na década de 1930, o aventureiro espacial disse em uma tira que a Terra é azul vista do espaço. Essa constatação foi comprovada em 1961, quando o astronauta soviético Yuri Gagarin viu o planeta do alto e repetiu as palavras de Flash Gordon.

E não fica só nisso. A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, se inspirou na aerodinâmica das naves interplanetárias desenhadas por Alex Raymond para criar foguetes e ônibus espaciais.

Alan Moore
Alan Moore (1953), Inglaterra:


Um gênio moderno dos quadrinhos, Alan Moore escreveu obras como Watchmen, V de Vingança, A Liga Extraordinária e diversas outras nos gêneros super-herói, terror, fantasia, erotismo e mais, que em maior ou menor grau mudaram a forma de se fazer ou pensar quadrinhos. Embora tenha tirado várias de suas idéias de quadrinhos e literatura fantástica européia ele merece o mérito de escrever essas histórias em um modo mainstream.

Teorias científicas ou sociais, iconoclastia, ciência, História e muitos outros elementos fazem parte do caldo do "mago bardo" inglês, mestre na metalinguagem e referências literárias.

Watchmen Premiado em vários países e cultuado como o divisor de águas nos quadrinhos de super-heróis, sua mais conhecida obra, em parceria com o desenhista Dave Gibbons, continua sendo a minissérie Watchmen, cuja destacada qualidade é cantada há mais de 20 anos e permanece influenciando as novas gerações de quadrinhistas.

Watchmen foi eleita pela revista norte-americana Time como um dos 100 mais importantes romances do século passado.

René Goscinny (1926 - 1977) e Albert Uderzo (1927), França:


Goscinny e Uderzo criaram muitos personagens, como o impagável índio Umpa-pá.

René Goscinny e Albert Uderzo Foi Asterix, entretanto, a série que fez da dupla uma das mais importantes para as HQs mundiais.

No livro Maurício - Quadrinho a Quadrinho, escrito pelo jornalista Sidney Gusman e lançado em 2006 pela Editora Globo, o criador da Turma da Mônica apresentou uma descrição definitiva para o personagem e, por conseqüência, para a qualidade do trabalho de Goscinny e Uderzo. "Asterix é uma das coisas mais inteligentes surgidas nos quadrinhos. Eu sugiro suas histórias como um ritual de passagem do leitor mirim para o juvenil. É criativo, pesquisado, inteligente e satírico. Diversão garantida".

Protagonista de versões para cinema e TV e com fãs nos mais diversos países, é um raro fenômeno pop nesse gênero. O lançamento de seu último álbum, por exemplo, resultou em enormes filas de espera nas lojas especializadas e ações de divulgação como gigantescas pinturas de Asterix e Obelix nos aviões das SN Brussels Airlines, na Bélgica.

Neil Gaiman Poucos autores receberam condecorações de presidentes e reis pela qualidade de sua obra e significância para os quadrinhos. Goscinny e Uderzo estão nesse rol.

Neil Gaiman (1960), Inglaterra:

Quadrinhos reconhecidos como obra literária? Ganhando prêmios como o World Fantasy Award, nos Estados Unidos, nunca antes (nem depois) conferido a uma HQ?

Sandman Esses são apenas alguns dos feitos que Neil Gaiman alcançou com seu personagem mais conhecido: Sandman.

O autor foi alçado à categoria de celebridade no showbusiness e de "deus" entre os fãs de quadrinhos. Tudo porque as histórias (não apenas de Sandman) que concebeu foram fundamentais para a nona arte ser vista com olhos menos preconceituosos e mais admirados por quem não lia HQs.

Entre dezenas de outros prêmios, Gaiman recebeu nada menos que 13 Eisner Awards.

Richard Felton OutcaultRichard Felton Outcault (1863 - 1928), Estados Unidos:

Há muitas controvérsias sobre quem foi o primeiro autor de histórias em quadrinhos. Registros documentados apontam para artistas mais antigos que Richard Felton Outcault - incluindo o ítalo-brasileiro Angelo Agostini.

O que pesa em favor do cartunista norte-americano, entretanto, é que os elementos de uma HQ completa foram usados pela primeira vez nas tiras de Yellow Kid (Menino Amarelo), em 1894.

Como a representação dos balões de diálogos, símbolos máximos das HQs, que faltavam nos quadrinhos anteriores aos do personagem de Outcault, e que surgiram nas aventuras do simpático Yellow Kid. A ele também pertencem as primeiras tiras coloridas de que se tem notícia.

Yellow Kid


Fonte: UniversoHQ