Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry's standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book. It has survived not only five centuries, but also the leap into electronic typesetting, remaining essentially unchanged. It was popularised in the 1960s with the release of Letraset sheets containing Lorem Ipsum passages, and more recently with desktop publishing software like Aldus PageMaker including versions of Lorem Ipsum.

sábado, 17 de maio de 2008

A criação do Homem de Ferro nas histórias em quadrinhos

O ano era 1963. O período era bastante conturbado. Praticamente recém-saído da crise dos mísseis de Cuba, o governo norte-americano, então sob a presidência de John Fitzgerald Kennedy, havia decretado, em fevereiro, a ilegalidade de qualquer viagem, negócio ou transação comercial de cidadãos estadunidenses com a ilha de Fidel Castro. Acirrava-se, assim, a Guerra Fria, que dividia o mundo entre duas proposições ideológicas distintas – o capitalismo, de um lado, e o socialismo, de outro – e levaria a vários golpes de estado no continente latino-americano, a intervenções em conflitos armados em várias partes do mundo, a uma corrida armamentista que parecia não ter fim. Ela duraria até o início da década de 1990, com a extinção da União Soviética.


É nesse clima que surge mais um super-herói das revistas em quadrinhos, fruto da mente privilegiada de dois ícones da indústria norte-americana: Stan Lee e Jack Kirby, auxiliados pelo roteirista Larry Lieber e pelo desenhista Don Heck. Sensíveis ao momento que viviam, os dois autores lançaram no número 39 da revista Tales of Suspense, de março de 1963, o Homem de Ferro (Iron Man), herói que combatia os malfeitores com o uso de uma armadura metálica, dotada de vários artefatos tecnológicos.


A gênese do Homem de Ferro está situada em um ambiente de confronto característico da Guerra Fria, o Vietnã. Na época, os Estados Unidos alimentavam o conflito com homens e armamentos, mas não se encontravam ainda em envolvimento aberto. É no fornecimento de armamentos que atua o bilionário Tony Stark, industrialista que, ao inspecionar o uso de uma arma projetada por sua fábrica, é vítima de um acidente que aloja estilhaços de bomba em seu coração, gerando uma situação de perene ameaça. Encontrado pelos vietnamitas, Stark é aprisionado e forçado a desenvolver uma arma para eles, contando para isso com a ajuda de um velho cientista. Enganando seus carcereiros, Stark desenvolve uma armadura de ferro à base de transistores, que lhe possibilita manter seu coração batendo normalmente e representa uma arma inigualável. Derrotado o inimigo, ele retorna ao seu país e inicia sua carreira como super-herói.

Os primeiros vilões


Desde seu início, o Homem de Ferro foi uma personagem marcada pela contradição. Tratava-se de um bilionário e fabricante de armas, alguém não apenas indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas mas que também se beneficia pessoalmente disso. Constituía, assim, alguém que dificilmente poderia ser considerado um herói pela maioria dos leitores. A fórmula encontrada por Stan Lee para aproximá-lo de seu público foi colocar-lhe uma debilidade sobre a qual não tinha controle – a constante ameaça dos estilhaços de bomba em seu coração -, e situá-lo no centro de um triângulo amoroso. Desta forma, embora declaradamente um playboy, Tony Stark na realidade tem sentimentos de amor por sua secretária Pepper (no Brasil originalmente batizada Pimentinha), que por sua vez é apaixonada por Happy Hogan. Dramalhão mexicano, é certo, mas que atendia bem às expectativas da época e foi um dos responsáveis pelo sucesso inicial do herói.

Infelizmente, o aspecto político foi o elemento mais forte nas primeiras aventuras do Homem de Ferro. Invariavelmente, seus maiores adversários vincularam-se à divisão entre capitalismo e socialismo. Assim, vilões como o Mandarim, o Dínamo Escarlate, Bárbaro Vermelho, Homem de Titânio e outros são carregados de teor ideológico, deixando evidentes as tendências políticas do protagonista. Não faltam, inclusive, veladas referências à realidade dos países sob a égide da doutrina socialista, cujos mandatários são freqüentemente tratados por denominações como terroristas ou tiranos. Esse maniqueísmo do herói só seria suavizado no final dos anos sessenta, quando crescia entre o povo estadunidense a rejeição à participação do país na Guerra do Vietnã. Nesse período, Tony Stark tornou-se pacifista e negou-se a continuar inventando armamentos, entrando em uma nova fase de sua vida.

Revista própria


Em 1968 o Homem de Ferro ganha uma revista própria, passando a dividir-se entre os dois títulos, Tales of Suspense e The Invincible Iron Man Iron Man. No entanto, em essência, as tramas não variam tanto de uma publicação para outra. Em geral, suas histórias giravam em torno dos conflitos pessoais de Tony Stark (seus desencontros amorosos com Pepper Potts ou com outras namoradas eventuais), a constante ameaça à sua vida (devido aos estilhaços de bomba em seu coração) e o aparecimento de vilões que, de um modo ou de outro, tentavam solapar o mundo capitalista (incluindo aí organizações como a IMA e a Maggia). De destaque, na época, a mudança de cor e design da armadura de cinza para dourado, que lhe deu maior mobilidade e atrativo gráfico e, por tabela, valeu ao herói a denominação de Vingador Dourado.

Com histórias medianas, o Homem de Ferro não chegou a ter o mesmo impacto na indústria de quadrinhos que tiveram outros heróis da Marvel, como o Homem-Aranha ou o Quarteto Fantástico, embora se possa dizer que foi importante em sua colaboração para equipes de heróis, como foi o caso dos Vingadores. No entanto, ele contou com bons desenhistas, que apresentaram um trabalho meritório nas histórias que ilustraram, devendo-se destacar especialmente as atuações de Gene Colan e John Romita Jr., indiretamente responsáveis pela permanência do Homem de Ferro nos quadrinhos.

As primeiras histórias do Homem de Ferro no Brasil


O Homem de Ferro começou a ter suas aventuras publicadas no Brasil a partir de julho de 1967, quando a EBAL, do Rio de Janeiro, iniciou a publicação dos novos heróis da Marvel Comics no país. No entanto, a EBAL, começou a publicar as histórias somente a partir do número 67 de Tales of Suspense, quando o herói passou a dividir as páginas da revista com o Capitão América. A aventura do Homem de Ferro que narra sua origem só foi publicada apenas no número 100 da extinta revista Heróis da TV, da Editora Abril, em 1987, depois republicada, juntamente com as histórias publicadas na revista Tales of Suspense 40 a 42, em Grandes Clássicos Marvel 1, da Editora Mythos, de 2006. Leia mais no Especial Homem de Ferro.

Bibliografia complementar

DÍAZ, Lorenzo F. Diccionario de superhéroes. Barcelona: Glénat, 1998.
DÍAZ, Lorenzo F. Superhéroes Marvel: del cómic a la pantalla. Madrid: Alberto Santos Editor, 2004.
MARIN, Rafael. Los cómics Marvel. Madrid: La Factoria de Ideas, 2001.
THE MARVEL ENCICLOPEDIA: the definitive guide to the characters of the Marvel Universe. London: DK Publishing, 2006.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Nova Era das HQs

Este texto é muito bom. Estava navegando quando o encontrei.

Crise InfinitaNos últimos anos, muito se leu e ouviu sobre o revival das editoras Marvel e DC às Eras de Ouro e de Prata dos quadrinhos, em histórias que mostravam a volta de personagens há décadas esquecidos ou aventuras cujos elementos cronológicos e conceituais remetiam àquelas épocas.

Seja pela necessidade de situar os quadrinhos e suas tendências em determinado intervalo de tempo e contextualizá-los em algum período histórico, ou apenas para apontar marcos a partir dos quais mudaram-se as formas de se contar histórias nos gibis, separar a arte seqüencial em eras é uma das máximas seguidas por qualquer fã de HQs.

Embora comumente não se discuta os títulos das eras de ouro, prata e bronze, bem como os eventos que marcaram suas transições, há controvérsias sobre o que veio depois, a ponto de ficar a dúvida: a época atual é chamada de ferro ou moderna?

Guerra Civil Nenhuma das duas opções é a correta. Do que poucos se deram conta é que os quadrinhos acabaram de dar adeus a essa fase e entraram em outra que promete não dar margem a questionamentos, pelo menos quanto ao nome: a Era Pós-Moderna.

É o que afirma o jornalista norte-americano Shawn O'Rourke, em artigo publicado recentemente na revista eletrônica PopMatters. Para ele, as minisséries Crise Infinita (DC) e Guerra Civil (Marvel), lançadas nos Estados Unidos entre os anos 2005 e 2007 - no Brasil, foram publicadas no ano passado, pela Panini Comics -, marcaram essa transição, cujos primeiros alertas já se pronunciavam há pelo menos duas décadas.

Para O'Rourke, o estopim foi exatamente o início do que ele agora aponta como a era anterior, referindo-se à publicação de Watchmen e O Caveleiro das Trevas, obras que mudaram o conceito dos quadrinhos de super-heróis ao mandar às favas o maniqueísmo tradicionalmente bem delineado nesse gênero de HQ e quebrando outros paradigmas a ele relacionados.

Watchmen Na época, as duas minisséries apresentaram idéias alheias ao que era publicado mensalmente nos títulos de linha das editoras de super-heróis, vivendo à parte da continuidade normal. Ou seja, apesar de ditarem "regras" que, atualmente, parecem já incorporadas, Watchmen e O Cavaleiro das Trevas, lançados em 1985 e 1986, respectivamente, esperaram quase dez anos para ver seus efeitos - alguns deles identificados por muitos leitores como a transformação do herói Lanterna Verde Hal Jordan no vilão Parallax e a proliferação dos anti-heróis.

Essa é uma incoerência apontada por O'Rourke para o fato de essas duas publicações serem aceitas como marcos de uma era.

Por outro lado, de acordo com o articulista, Crise Infinita e Guerra Civil redefiniram instantaneamente e de forma mais drástica o universo dos super-heróis, descontinuando o que estava há muito tempo estabelecido e incorporando essas mudanças no curso de seus títulos de linha.

Batman - O Cavaleiro das Trevas "As duas companhias criaram histórias com ramificações espetaculares que influenciaram a maioria de suas revistas em quadrinhos de modo significante", escreveu O'Rourke.

O que as editoras Marvel e DC fizeram, entretanto, foi nada mais do que apagar aquilo que elas próprias ajudaram a construir durante décadas: ícones da moral cujos princípios estavam acima dos valores mesquinhos do ser humano comum e serviam de exemplos, muitas vezes, na formação de caráter dos leitores.

Pode parecer algo um tanto piegas e "fora de moda", mas funcionava. E é esse argumento que O'Rourke não explora em seu artigo, ao mesmo tempo em que indica que a nova ordem veio para ficar.

"A nova raça de heróis está sujeita às mesmas dúvidas, medos e ambigüidades moralistas que a pessoa comum é forçada a confrontar. Eles não são mais deuses que vivem entre nós; eles agora são bem mais reais", vaticinou o articulista.

Guerra Civil Mas o que se vê, atualmente, não é tão simples assim. Heróis tornam-se vilões (de fato ou dissimulados) ou absurdamente tão humanos que são exemplos de como é a realidade, e não de como ela deveria ser - a tal válvula de escape do mundo real. Resta saber se é isso mesmo que, a londo prazo, os leitores querem encontrar nessas histórias.

Um bom indicativo da decantada nova era também pode ser encontrado fora das duas editoras dos Estados Unidos. Nas aventuras de Spawn, criação de Todd McFarlane para a Image Comics, o personagem extrapolou seu próprio conceito de anti-herói.

A origem de Spawn carrega a história de um assassino a serviço da CIA. Em suas HQs, o contraponto de suas ações criminosas do passado e a condição de criatura do Inferno era a real busca por redenção. Nos dois últimos anos, entretanto, por meio de retcons (elementos retroativamente adicionados à continuidade), descobriu-se que Al Simmons - alter ego do personagem - espancava a ex-mulher, foi responsável pela morte do filho ainda na barriga da mãe e matou a sangue-frio uma pessoa na adolescência.

Superboy Primordial Assim, da mesma forma que personagens como o agora mau-caráter Homem de Ferro e o psicopata Superboy Primordial ganharam a antipatia de muitos leitores em Guerra Civil e Crise Infinita, o atormentado Spawn entrou nessa incômoda lista.

Há quem argumente que as transformações da sociedade são os principais motivos das mudanças de abordagem das histórias de super-heróis. Se assim for, o mundo anda realmente muito assustador.

Em toda essa discussão fica clara a imposição dos quadrinhos de super-heróis nos ditames de influências e marcos de eras. Entretanto, como sobriamente destaca o Dr. Peter Coogan em seu livro The Secret Origin of the Superhero: The Emergence of the Superhero Genre in America from Daniel Boone to Batman (A Origem Secreta do Super-herói: O Surgimento do Gênero Super-herói na América, de Daniel Boone a Batman), lançado em 2002 nos Estados Unidos, apenas a Era de Ouro pode ser aplicada aos quadrinhos em geral, pois todas as outras se referem exclusivamente às HQs de heróis fantasiados.

Então, nada mais justo que incluir os quadrinhos infantis na Era Pós-Moderna. E para buscar exemplos da humanização dos personagens e sua aproximação com o cotidiano dos leitores mirins, não é preciso ir muito longe.

Afinal, no Brasil, o primeiro sutiã e outros assuntos antes considerados tabus em gibis para crianças eram abordados com freqüência nos recém-cancelados gibis Menino Maluquinho e Julieta.

Magali Na Turma da Mônica, desde muito antes de qualquer suposta influência das infinitas crises e guerras civis dos super-heróis, são produzidas histórias sobre pais separados, conflitos de gerações e até mesmo escatologia moderada.

Como um sinal dos novos tempos, no ano passado os leitores dos personagens de Mauricio de Sousa foram surpreendidos e se divertiram com uma aventura em que Magali se dava conta de que o gato Mingau andava, segundo suas próprias palavras, "com o fiofó à mostra" - o animal ainda teimava em exibir essa particularidade anatômica, sem pudor, em destaque no quadro.

Ainda na década passada, na Saga do Tio Patinhas, o velho pato da Disney protagonizou um épico em que o drama familiar foi o pano de fundo e sentimentos humanos como remorso e egoísmo envolveram os personagens sem nenhum teor caricato.

Na premiada minissérie escrita e desenhada por Keno Don Rosa, Tio Patinhas vai à berlinda com os leitores na polêmica passagem em que, graças a sua ambição sem limites, é responsável pela destruição de uma aldeia na África, fato que, anos depois, é lembrado e desaprovado por sua irmã em um emocionante diálogo, na impressionante história Uma carta de casa.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

As muitas armaduras do Homem de Ferro

Dizem que as roupas fazem o homem. Isso é particularmente verdadeiro no que diz respeito a um dos maiores heróis da Marvel, o Homem de Ferro. Sem armadura, Tony Stark é apenas um playboy milionário, mas quando a veste transforma-se em um dos mais poderosos super-heróis dos quadrinhos! Seria impossível detalhar todas as armaduras (e variações) que ele já usou, então faremos uma lista das armaduras “principais” (ou seja, as que Tony usou no seu “dia-a-dia” salvando o mundo) e deixaremos as especializadas (protótipos, espaciais, furtivas, árticas, caça-Hulk, etc.) e as de realidades alternativas (Ultimate, Heroes Reborn, etc.) para uma outra oportunidade:

Original
Primeira aparição: Tales of Suspense #39


Armadura original, primeira imagem por Jack Kirby

Criada durante seu período de cativeiro nas mãos do líder guerrilheiro vietnamita Wong Chu, esta é a primeira armadura que Tony Stark usou. Construída em parceria com o cientista chinês Yinsen, que sacrificou sua vida para salvar a do jovem Stark, e feita sob medida para manter o estilhaço de mina que se alojara em seu peito longe de seu coração, a primeira armadura do Homem de Ferro foi uma criação claramente improvisada. Como tal, sua capacidade de combate era muito limitada. Sua estrutura era à prova de balas e dava a seu utilizador a força de dez homens. Fora isso, seu armamento era limitado (uma serra aqui, um maçarico acolá) e dependia mais da habilidade de Stark (que tinha um pouco de MacGyver) em usar seus transistores miraculosos para improvisar maravilhas tecnológicas capazes de bater seus oponentes do que de sua própria capacidade de combate.

A evolução das armaduras até chegar à versão clássica

Ainda assim é uma armadura histórica e, apesar de ter sido utilizada originalmente em apenas uma aventura, é habitualmente relembrada em flashback e presença constante em todas as adaptações do herói para outras mídias (inclusive o filme). O visual original foi criado por Jack Kirby para a capa da primeira aparição do personagem. Don Heck, que desenhou a história em questão, afirmou isso categoricamente, embora admitisse ter criado o visual de Tony Stark e demais personagens da série.

Vingador dourado
Primeira aparição: Tales of Suspense #40


Vingador Dourado, por Patrick Zircher

De volta aos EUA, Stark cria uma nova versão de sua armadura original, feita de um material composto especial que é habitualmente flexível, mas capaz de enrijecer sob efeito dos campos magnéticos de sua armadura. Com isso, Stark podia guardá-la (fora a placa peitoral, que ele precisava usar o tempo todo) em uma maleta de mão convencional e vesti-la rapidamente em caso de emergência. Praticamente todas as suas armaduras subsequentes seriam construídas com um material similar. A aparência assustadora da armadura, porém, parece assustar ainda mais os civis do que os malfeitores. Stark então segue a sugestão de sua namorada da época, Marion (a primeira de muitas que apareceriam ao longo da série...), e pinta a armadura de dourado, adquirindo assim o cognome de Vingador Dourado, que mantém até hoje (exceto nas raras ocasiões em que utilizou uma armadura sem partes douradas). Embora mais avançada que a versão original, esta armadura ainda tinha várias limitações. Não era particularmente forte e o único armamento ofensivo fixo era o unifeixe no peito. Stark continuava improvisando suas armas em combate, geralmente utilizando imãs superpotentes (graças à capacidade de seus transistores...). Ao lutar contra o Hulk na primeira aventura dos Vingadores, sua arma secreta era... Uma marreta! A armadura ainda não podia voar, mas flutuava utilizando repulsão magnética e jatos de ar comprimido. Também neste modelo estrearam os patins que o heróis usou como “arma secreta” durante anos (regressão à infância?). Em suma, era mais versátil que o modelo original, mas ainda estava longe de ser a máquina maravilhosa que é hoje. Tal e qual a primeira versão, esta armadura foi criada por Jack Kirby, que desenhou sua primeira aparição.

Protoclássica
Primeira aparição: Tales of Suspense #48


Protoclássica, por Patrick Zircher

Após uma derrota humilhante nas mãos de Mr. Doll, supervilão que usava bonecos estilo vodu para atacar seus oponentes, Tony decidiu criar um modelo mais leve e avançado de armadura para não apanhar de outro “Seu Boneco” da vida. A armadura protoclássica foi o resultado. Já no tradicional visual vermelho e dourado que imortalizou o personagem, mas com algumas características diferenciadas tipo a placa peitoral, bem mais elaborada que a de modelos posteriores, e a máscara com “chifres”, que não duraria muito tempo. O traje mais leve podia voar melhor que seus desajeitados predecessores, fazendo com que o Homem de Ferro se tornasse um herói “voador” de uma vez por todas. Esta versão da armadura foi criada por Steve Ditko, com certeza para dar uma aparência mais moderna ao herói, que parecia um robô dos anos 30 em suas armaduras anteriores. Foi a ancestral direta da armadura clássica, que nada mais é que um refinamento do visual desta aqui, feito por Don Heck ao longo de sua fase como desenhista do herói.

Clássica
Primeira aparição (máscara com rebites): Tales of Suspense #54
Primeira aparição (máscara sem rebites): Tales of Suspense #66


Clássica com rebites


Clássica sem rebites (por Romita Jr. e Layton), baseada na capa da primeira aparição do herói

Embora não tenha sido apresentada como uma armadura separada e sim uma evolução do modelo anterior, esta é a vestimenta mais famosa do Homem de Ferro. Com uma aparência mais esguia que a protoclássica e sem os “chifres” na máscara, inicialmente substituídos por rebites (!) e um ano depois pela máscara lisa que nós conhecemos, esta armadura introduziu também o item mais famoso do arsenal do ferroso: Os raios repulsores! De início eram apenas ondas de repulsão magnética convencionais (daí o nome), mas com o tempo sua natureza foi mudando até chegar aos atuais feixes de partículas. A simplicidade do visual também é um ponto positivo. Armaduras posteriores pecavam pelo excesso de badulaques, mas esta era bastante lisa e aerodinâmica. A máscara também obteve nela seu visual definitivo, sem chifres, rebites e outras inutilidades. O visual era bem simples (duas fendas para os olhos, uma para a boca), mas dava ao herói uma aparência humanizada e permitia aos artistas mostrar suas emoções, através de sutis alterações na posição das fendas. Durante um tempo, a máscara também incorporou um nariz (!), mas ele foi rapidamente descartado. Felizmente! Um visual vencedor de Don Heck (baseado, é verdade, nos desenhos de Ditko) criado pouco mais de um ano após o surgimento do personagem e que durou mais de 20 anos! Sem dúvida mais que qualquer outra armadura do Homem de Ferro já durou ou provavelmente durará! Praticamente todas as armaduras posteriores foram influenciadas no todo ou em parte por esta, que ainda hoje é ocasionalmente reutilizada pelo herói quando modelos mais novos não estão disponíveis. Clássica em todos os sentidos da palavra!

Centurião prateado
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #200


Centurião prateado (por Bob Layton)

Tony Stark manteve sua armadura clássica durante muito tempo, modernizando-a regularmente para se manter à altura de seus oponentes. Ele teria continuado dessa maneira até hoje se o vilão Obadaiah Stane não tivesse interferido. Ao fazer Stark perder suas empresas e voltar à bebida, Stane indiretamente fez com que Jim Rhodes, braço direito e melhor amigo de Stark, se tornasse o novo Homem de Ferro, enquanto o original estava na sarjeta. Rhodes foi um bom Homem de Ferro, corajoso, heróico e à altura de todos os seus oponentes. Mas ele não era um gênio da engenharia como seu ex-patrão. Paulatinamente, a armadura foi ficando desatualizada, até o ponto em que ela não estava mais à altura das ameaças que surgiam, particularmente o próprio Stane que, a partir de anotações de Stark, criou a poderosa armadura do Monge de Ferro, muito superior à armadura clássica do herói. Mas nesse meio tempo Stark largou a bebida e criou a sua nova armadura prateada, uma das evoluções mais radicais que o herói sofreu até hoje. Contando com uma série de equipamentos novos, incluindo um campo disruptor capaz de interferir em sistemas eletrônicos como os de controle de mísseis, um unifeixe de formato triangular (diferente dos modelos arredondados que ele usara até então), um campo de força capaz de ficar ativo por seis segundos, raios de pulso que se tornavam mais potentes conforme a distância para o alvo aumentava (este peculiar desafio à Física era conseguido absorvendo-se a energia ambiente do meio pelo qual os pulsos se deslocavam) e um gerador holográfico capaz de produzir diversas imagens falsas do herói e, mais importante, torná-lo invisível a sensores e ao olho humano através de um “efeito camaleão” (que seria descartado mais tarde, quando Stark descobriu que ele afetava seu sistema nervoso, e reincorporado em armaduras posteriores após resolvido o problema). Com todos esses avanços, o Homem de Ferro surrou o Monge de Ferro e recuperou sua fortuna. Criada por Bob Layton, que não a apreciava pelo excesso de decorações, preferindo visuais mais simples e aerodinâmicos, esta armadura chamava atenção pelo esquema de cores vermelho e prata, diferente do habitual vermelho e dourado do herói. Radicalmente diferente do visual clássico, ela dividiu as opiniões de fãs e autores. Acabou durando poucos anos, sendo destruída durante a Guerra das Armaduras.

Neoclássica
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #231


Primeira aparição da Neoclássica, por Bob Layton

A armadura prateada bateu todos os inimigos do Homem de Ferro até o advento da Guerra das Armaduras, quando Tony Stark se viu frente a um poderoso inimigo denominado Poder de Fogo, uma criação de seu velho adversário nos negócios, Edwin Cord. Armado até os dentes com mísseis, canhões de partículas, lasers, granadas e até um míssil nuclear tático (!), Poder de Fogo destruiu completamente a armadura prateada, obrigando Stark a criar uma armadura ainda mais poderosa! O resultado é esta beleza aqui. Com um computador de tiro que permitia atirar e derrubar um grupo de mísseis em poucos segundos, um escudo de energia na mão esquerda capaz de proteger dos mais diversos ataques, um pulso eletromagnético capaz de desativar qualquer sistema eletrônico (inclusive a própria armadura) nas imediações, raios de pulso, repulsores, unifeixe (novamente redondo) e até jatos plantares avançados, a armadura era muito mais poderosa que suas antecessoras. Com ela, o herói derrotou facilmente Poder de Fogo, que destruíra sua armadura anterior. A versatilidade dessa armadura foi provada quando Stark foi baleado e aleijado pela patricinha maluca Kathy Dare (uma precursora de Paris Hilton...). Com poucas alterações, Tony conseguiu que a armadura o permitisse andar enquanto a vestia. Também era capaz de comandá-la por telepresença à distância, o que compensou suas limitações físicas na altura. Criada por Bob Layton, a armadura neoclássica é provavelmente a melhor que o artista, sem dúvida o mais identificado com o personagem até hoje, criou em sua carreira. Inspirada na armadura clássica mas com um visual mais moderno e dinâmico, ela é uma das mais bonitas da carreira do herói. Poderia ter tido a longevidade da versão clássica, mas os anos 90 chegaram e, com eles, uma sucessão de armaduras novas, progressivamente mais desinteressantes e feias. Para alívio do público brasileiro, a Editora Abril, que publicava a Marvel na época, pulou a maior parte dessas histórias, mostrando um certo bom gosto. Mesmo assim, eu as relacionarei a seguir.

Máquina de Combate
Primeira aparição (modelo Stark): Iron Man (primeira série) #281
Primeira aparição (modelo Rhodes): Iron Man (primeira série) #284


Primeira aparição da Máquina de Combate, por Kevin Hopgood


Máquina de Combate versão Rhodes, por Bob Layton

Com seus problemas físicos se agravando, Tony Stark é atacado por um grupo de ninjas tecnológicos (!) denominados “Mestres do Silêncio”. Protegidos contra os repulsores do Homem de Ferro, eles trucidam a armadura neoclássica, que estava sendo controlada à distância por Stark. O normalmente pacífico Tony Stark não faz por menos e constrói este monstrengo armado até os dentes, que usa com sucesso contra os vilões. O primeiro modelo era um arsenal ambulante. Embora não tivesse os raios repulsores e unifeixe padrões de todas as armaduras do Homem de Ferro, carregava mísseis, metralhadoras, canhões, lança-chamas, lâminas laser e uma infinidade de outras armas. Sem dúvida, a armadura mais bem armada até então! Apesar de sua vitória, os problemas de saúde de Stark se agravaram e ele foi dado como morto. Embora tivesse na verdade sido congelado criogenicamente e eventualmente revivido e curado, ele deixou para seu braço direito Jim Rhodes uma versão avançada da armadura (agora com o armamento “padrão” de repulsores e unifeixe adicionado) para que ele prosseguisse seu trabalho como Homem de Ferro. Após o retorno de Stark, Rhodes assumiria a identidade de Máquina de Combate e chegaria mesmo a ter uma série própria de curta duração nos anos 90. O personagem reassumiria essa identidade várias vezes no futuro, usando modelos de armadura mais avançados. Uma outra armadura Máquina de Combate foi usada por um vilão chamado Parnell Jacobs por uns tempos. Embora visualmente similar ao primeiro modelo, ela não era uma criação de Tony Stark. Criada pelo desenhista Kevin Hopgood no auge da inspiração, a armadura tem um visual inspirado e um esquema de cores magnífico (preto e prata), mas não parece muito uma armadura de Homem de Ferro. O excesso de armas não combina muito com o engenheiro playboy Tony Stark, mas caiu como uma luva para o piloto de combate Jim Rhodes, que assim pode assumir sua própria identidade heróica sem “roubar” o posto do seu ex-chefe. A encarnação vilanesca da armadura também foi uma idéia inspirada. Um dos raros casos em que a obsessão dos quadrinhos de super-heróis dos anos 90 por visuais mais sombrios e montes de armas gerou um bom resultado.

Unidade de Telepresença
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #290

Ainda não recuperado de seus graves problemas físicos, Tony Stark decide criar uma nova armadura que o permitisse enfrentar o mal mesmo nestas condições. A solução foi criar uma armadura totalmente controlada por telepresença. Sem a necessidade de carregar um piloto humano no interior, Stark pode usar todo o espaço interno para colocar armamento extra, dando ao modelo uma capacidade de combate similar à da Máquina de Combate sem a necessidade de todos os mesmos “penduricalhos”. Também criada por Kevin Hopgood, esta armadura marcou o retorno a um visual similar ao neoclássico após a radical mudança da armadura anterior. O visual, porém, tinha problemas. Não era tão esguio quanto o neoclássico e não tinha a imponência da Máquina de Combate. Para agravar, a ausência da fenda da “boca” (admitidamente desnecessária neste modelo...) tirou a capacidade da máscara refletir as emoções do herói, tornando a armadura completamente inexpressiva. Um passo em falso após a boa armadura anterior.

Modular
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #300


Armadura Modular, primeira aparição por Kevin Hopgood

O monstruoso vilão Ultimo destrói a armadura de telepresença. O resultado já é previsível, né? E tome mais uma armadura aperfeiçoada do Homem de Ferro, a terceira em apenas dois anos de publicação! Esta aqui, porém, apresenta um novo e interessante paradigma. Ela era modular, ou seja, fora o equipamento padrão (repulsores, unifeixe, etc.), a armadura podia incorporar módulos especializados com o equipamento necessário para cada tarefa. Precisa de mísseis? Usa um módulo especial. Campo de força? Outro módulo. E assim por diante. A idéia é muito boa. E a armadura surgiu em meados dos anos 90, quando a Marvel estava em um período de grande evidência mediática (ainda que inferior ao atual), o que fez com que ela aparecesse em videogames e na serie de animação do ferroso. Com tudo isso ela poderia ter se tornado uma armadura muito mais conhecida e popular do que é, então por que não se tornou? Resposta fácil: Porque é muito feia! O artista Kevin Hopgood estava ainda menos inspirado do que na armadura anterior e voltou com algumas das piores idéias (máscara sem boca, visual excessivamente pesado e pouco esguio), juntando ainda outros elementos de gosto duvidoso, como o visual “top com calça de lycra” dos elementos vermelhos da armadura, o unifeixe pentagonal e o que parecem ser joelheiras espalhadas pela armadura. Feia demais! Porém a Marvel logo preparou uma mudança radical para o herói em seu próximo “megacrossover-que-vai-mudar-tudo”...

Crossing
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #319


Tonynho em ação (não se vê toda a armadura, mas é melhor assim, acredite!)

The Crossing (felizmente inédito no Brasil) foi um dos piores crossovers da história da Marvel e, sem dúvida, a pior história em que o Homem de Ferro já se envolveu. Na história era revelado que Tony Stark tivera a mente dominada pelo vilão Kang anos atrás, e era um agente infiltrado por este nos Vingadores, programado para destruir o grupo por dentro! Para ajudá-lo neste objetivo, Stark criou esta armadura, poderosa e pesadamente armada com raios repulsores de alta potência (localizados sobre as mãos ao invés da localização habitual nas palmas). A armadura funcionou a contento, surrando os Vingadores que tentaram enfrentá-la. Mas, com a ajuda de uma versão adolescente de si próprio vinda do passado (não perguntem!), o herói foi capaz de quebrar o condicionamento de Kang e se sacrificou para salvar seus aliados. Criada por Tom Morgan, artista que foi um dos expoentes da péssima arte das revistas Marvel dos anos 90, ela detém a honra de ser uma das armaduras mais horrorosas que o herói já utilizou. O visual lembra o clássico, com unifeixe redondo e máscara com boca, porém inchado até a deformação, principalmente nos antebraços (armadura Popeye?), e com antiquados rebites por todos os lados! Perto dela, a armadura anterior era de um tremendo bom gosto... Tonynho
Primeira aparição: Iron Man (primeira série) #328 Ao final de The Crossing Tony Stark estava morto, enterrado e substituído por uma versão adolescente de uma realidade alternativa. Tony adolescente (ou “Tonynho”) fora ferido no coração ao lutar com sua versão mais velha e, para manter a tradição, era forçado a usar a placa peitoral de uma armadura do Homem de Ferro para continuar vivo. Ele tenta levar uma vida normal, mas, como era de se esperar, os acontecimentos o levam a construir uma nova armadura para lutar contra o mal e defender os inocentes. (E neste parágrafo eu cumpri toda a cota de chavões do Homem de Ferro do artigo...) De vida bastante curta, devido ao pouco sucesso dessa fase entre os leitores, a armadura nunca conseguiu mostrar suas capacidades. Parecia ser apenas uma modernização da clássica, tanto nas capacidades quanto no visual. Sendo que do ponto de vista visual, “modernização” NÃO quer dizer melhoria. Criada por Dave Hoover, a armadura era simplesmente uma versão inchada e malfeita da clássica. Seja por não ter os mesmos desenhistas por dois números seguidos ou pela própria irregularidade dos artistas da Marvel dos anos 90, o visual dela nunca foi muito consistente. Alguns a desenhavam com pernas normais e um torso agigantado, outras com proporções mais humanas e outros com a aparência inchada de um personagem de Rob Liefeld. Nenhum conseguiu fazê-la ficar bonita. Tanto ela quanto o próprio Tonynho foram rapidamente esquecidos após o crossover Massacre.

Inteligente
Primeira aparição: Iron Man (terceira série) #1


Primeira aparição da Armadura Inteligente, por Sean Chen

Após o evento "Heróis Renascem", em que os heróis Marvel reaparecem em uma realidade alternativa após terem sido dados como mortos nas mãos do vilão Massacre (e que, portanto, está fora do escopo deste atigo), Tony é recriado em nosso universo pelos poderes de Franklin Richards, o filho do Senhor Fantástico e a Mulher Invisível. Novamente um adulto e com a primeira equipe criativa de qualidade em muitos anos: o escritor Kurt Busiek e o desenhista Sean Chen. Eles dão a Stark uma armadura perfeita para o novo século. Ao mesmo tempo retrô e moderna, ela não oferecia nenhuma mudança radical em relação aos modelos anteriores (exceto, talvez, o unifeixe hexagonal), mas era de longe a melhor em muitos anos. Criada por Sean Chen a partir de esboços de Alex Ross e Allen Bujak, a armadura era um pouco pesada em termos de detalhes e penduricalhos inúteis (problema que atingiria todos os modelos desde então), incluindo a volta dos “chifres” na armadura, mas compensava com um bom gosto ausente de quase todos os outros modelos dos anos 90. Em tramas posteriores, Stark descobre que o uso constante da armadura vem prejudicando seu organismo devido aos fortes campos magnéticos necessários para manter sua rigidez (vide detalhes acima). Ele modifica a armadura para que o proteja dos campos magnéticos, mas isso faz com que ela fique volumosa demais para caber em sua maleta de mão. Acabando com uma tradição de muitos anos, o herói agora não podia mais carregar sua armadura de um lado para o outro! Outro acontecimento radical envolvendo este modelo ocorreu quando um raio atingiu a armadura durante o reveillon de 1999-2000. A combinação do choque elétrico com o Bug do Milênio (sério!) fez a inteligência artificial da armadura ganhar vida! Desesperado para se livrar dessa armadura inteligente e totalmente fora de controle, Stark a enfrenta usando sua velha armadura modular, que é rapidamente transformada em sucata (bem feito pra essa coisa feiosa). Porém, ao ficar à beira da morte após ser ferido (adivinhe!) no coração (acertou...), Tony é salvo pela própria armadura, que cria um coração cibernético artificial para mantê-lo vivo. Tony a abandona em uma ilha deserta, mas ela eventualmente seria possuída pelo vilão robótico Ultron, que assumiria o comando da organização Filhos de Yinsen para tentar destruir o herói. O Homem de Ferro o vence e a armadura inteligente, de volta à sua personalidade normal, prefere se autodestruir a correr o risco de ser possuída novamente.

SKIN
Primeira aparição (protótipo): Iron Man (terceira série) #42
Primeira aparição (versão final): Iron Man (terceira série) #44


Armadura SKIN, muito feia

Depois de um tempo usando armaduras antigas, em particular a clássica, Tony decide superar o trauma causado por sua última armadura ter ganhado inteligência e começa a construir uma versão nova a partir do zero. Neste modelo, o herói decide utilizar um material novo chamado SKIN, uma espécie de liga metálica líquida capaz de endurecer até ficar com uma solidez comparável ao adamantium! Além desse material revolucionário, a armadura contava com uma série de equipamentos avançados, incluindo o retorno dos repulsores e raios de pulso, um unifeixe muito aumentado capaz de redirecionar a energia absorvida de ataques contra a armadura, lâmina/escudo de energia, microbombas inteligentes e a volta triunfal dos projetores holográficos e do sistema camaleão! Sem dúvida o modelo mais versátil em muito tempo! Ela pecava porém por um visual muito feio criado por Keron Grant. Um torso desproporcional em relação ao resto da armadura, zilhões de apetrechos inúteis e um conjunto final pouco harmonioso fazem deste um dos modelos mais feios usado pelo herói. Como se não bastasse, após a saída de Sean Chen da série, o Homem de Ferro teria um revival dos anos 90 em pleno século 21. A cada edição sua armadura era desenhada de forma diferente! Esse modelo e o seguinte foram particularmente afetados por esse problema. Talvez por isso ela teve uma vida curta. Após um combate com Ultron, que possuíra a armadura inteligente acima, Tony Stark percebe a vulnerabilidade da liga SKIN a controle externo pelo vilão e decide aposentar este modelo.

Homem de Lata
Primeira aparição: Iron Man (terceira série) #50


Armadura Homem de Lata, por Greg Horn


Armadura Homem de Lata, por Adi Granov, repare a evolução no visual

Mais uma vez sem armadura, Stark novamente cria um modelo novo a partir do nada. Uma versão utilitária e sem grandes frescuras, apelidado “Homem de Lata”. Feita com materiais mais convencionais e equipada com a maior parte do equipamento da anterior, a armadura era bastante versátil e eficiente, sendo mantida por Stark, com constantes modernizações, durante um certo tempo. Vale notar que enquanto a versão inicial desta armadura cabia na tradicional maleta de mão, o último modelo já era praticamente inteiriço, difícil de guardar e transportar. Sinal claro das progressivas modificações que o modelo recebeu! Essa armadura foi destruída em combate com um inimigo turbinado pelo nanovírus Extremis. Criada por Michael Ryan, a primeira versão dessa armadura pecava, como maior parte dos últimos modelos, por um excesso de penduricalhos (particularmente as bizarras “ombreiras” do modelo) e, estranhamente, pelo que parecia uma série de tubos nas junções das pernas, braços e pescoço! Apesar de sua fealdade inicial, muitos artistas que vieram a seguir, especialmente Adi Granov, fizeram progressivas melhorias no seu visual, em particular descartando os “tubos”. A Marvel parecia determinada em conservar essa versão desinteressante o máximo de tempo possível! Mas acabou desistindo com o cancelamento da terceira (!) série do personagem.

Extremis
Primeira aparição: Iron Man (quarta série) #5


Armadura Extremis, por Adi Granov

Depois que sua avançada versão Homem de Lata foi sucateada por um inimigo alterado por Extremis, um nanovírus capaz de alterar uma pessoa e transformá-la em um super-homem, Tony Stark não viu alternativa além de injetar Extremis em si mesmo e deixar que o nanovírus o transformasse. O resultado saiu melhor que a encomenda. Modificado pelo Extremis, Stark ganhou sentidos e reflexos melhorados, capacidade de regeneração e até faculdades intelectuais (ainda) mais elevadas. Além disso, Extremis permitia que ele se conecta a qualquer sistema eletrônico das proximidades e os controlasse mentalmente! Como se não bastasse, ele permitia guardar a camada interior da armadura, feita de materiais mais leves e flexíveis, dentro do próprio corpo do herói! Tudo isso aumentou exponencialmente as capacidades do Homem de Ferro. A armadura em si é bem convencional. O equipamento é padrão (repulsores/unifeixe/raios de pulso e microbombas, mais o projetor holográfico e sistema camaleão que reapareceram nos últimos anos), mas, com a ajuda do Extremis, o tempo de resposta da armadura e a capacidade de controle que Stark tem sobre ela foram bastante aumentados. Embora não seja a mais poderosa que ele já teve, essas vantagens tornam a armadura capaz de bater qualquer uma de suas antecessoras com facilidade! Criada por Adi Granov, a armadura é visualmente um refinamento das versões da anterior. Ainda peca pelo excesso de complexidade, mas Granov deu uma maior harmonia ao conjunto. Diferente das últimas, porém, esta armadura tem uma vida longa pela frente, devido à maior popularidade do herói pós-Guerra Civil. Mas nunca se sabe quando Tony Stark pode voltar à prancheta e fazer uma versão ainda mais poderosa e eficiente!

Fonte: Omelete